Por William Schomberg
(Reuters) - O saxofonista norte-americano Wayne Shorter, autor de algumas das composições mais aclamadas do jazz e cujo modo de tocar frequentemente melancólico mudou o som do jazz na década de 1960 antes de explorar a fusão do estilo com o rock, morreu nesta quinta-feira, aos 89 anos.
A assessora de imprensa do saxofonista, Alisse Kingsley, disse que ele morreu em Los Angeles, sem citar a causa.
Shorter fez seu nome tocando sax tenor com o baterista Art Blakey e os Jazz Messengers no final dos anos 1950, e se juntou ao influente quinteto dos anos 1960 do trompetista Miles Davis, ao lado do pianista Herbie Hancock, do baixista Ron Carter e do baterista Tony Williams.
Shorter escreveu algumas das canções mais famosas do grupo, incluindo "E.S.P." e "Nefertiti". Davis o saudou como a "pessoa de ideias, o conceitualizador de muitas das ideias musicais que fizemos", e que "entendeu que a liberdade na música era a capacidade de conhecer as regras para dobrá-las".
Hancock também elogiou a composição de Shorter. "O principal compositor para mim, naquele grupo, era Wayne Shorter", disse o pianista. "Wayne foi uma das poucas pessoas que trazia música para Miles que não era alterada."
Shorter liderou sua própria banda para produzir uma série de álbuns na década de 1960, incluindo "Juju", "Speak No Evil" e "Adam's Apple (NASDAQ:AAPL)", que apresentava um dos maiores clássicos do jazz, "Footprints".
Entre outros discos de sucesso está "Native Dancer", com o cantor brasileiro Milton Nascimento, que mistura jazz, rock e funk com ritmos brasileiros.