Por Michelle Martin e Jean-Baptiste Vey
SÃO PAULO (Reuters) - Dados pessimistas sobre a maior economia da zona do euro, a Alemanha, assustaram os mercados financeiros nesta terça-feira e acrescentaram peso aos pedidos por esforços mais rápidos para reavivar os investimentos públicos em uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia.
O governo alemão reduziu fortemente as projeções de crescimento para este ano e o próximo, a produção industrial na zona do euro tropeçou em agosto, e um muito acompanhado índice de confiança econômica da Alemanha registrou sua primeira leitura negativa desde novembro de 2012, no auge da crise da zona do euro.
O Ministério da Economia da Alemanha reduziu nesta terça-feira suas projeções para o crescimento econômico do país neste ano a 1,2 por cento e a 1,3 por cento em 2015, citando as crises no exterior, notavelmente com a Rússia, e o crescimento global moderado.
Em abril, o ministério havia projetado respectivamente expansão de 1,8 e 2,0 por cento para a maior economia da Europa.
"Para um desenvolvimento econômico dinâmico, mas acima de tudo para crescimento e prosperidade no longo prazo, o investimento tem um papel crucial. A Alemanha precisa investir significativamente mais em sua infraestrutura", disse o ministro alemão da Economia, Sigmar Gabriel, ao anunciar os números.
No entanto, ele rejeitou qualquer distanciamento do objetivo da "Grande Coalização" da chanceler Angela Merkel entre direita e esquerda de equilibrar o orçamento no ano que vem pela primeira vez desde 1969.
Mesmo que Berlim tomasse empréstimos para modernizar suas estradas e ferrovias, redes de banda larga e redes de transmissão de energia, isso não criaria mais crescimento em países fracos da zona do euro, disse ele.
"Mais dívidas na Alemanha não criam crescimento na Itália, França, Espanha ou Grécia", disse Gabriel.
As ações caíram na Europa e na Ásia e o rendimento dos títulos de 10 anos da Alemanha atingiram uma mínima recorde depois que o muito acompanhado indicador ZEW da confiança de analistas e investidores recuou para menos de zero pela primeira vez em quase dois anos em outubro.
A queda sugere que a Alemanha está tropeçando devido a crises geopolíticas no exterior, uma zona do euro fraca e debilidade na demanda interna.
A produção industrial na zona do euro caiu mais que o esperado em agosto, refletindo uma baixa na produção de bens de capital usados para investimentos e levantando receios de que a economia está mais fraca do que se pensava anteriormente.
A agência de estatísticas da UE, a EuroStat, disse que a produção nos 18 países que compartilham o euro caiu 1,8 por cento em agosto ante julho, para uma queda de 1,9 por cento na comparação anual