SÃO PAULO (Reuters) - A queda da inflação neste ano tem um forte componente cíclico e há evidência que as expectativas estão ancoradas apenas no longo prazo, afirmou nesta terça-feira o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana.
"A inflação neste ano tem um forte componente cíclico. Não há evidências de que esteja ancorada", disse Viana, durante participação em evento em São Paulo. Ele lembrou que as expectativas para o longo prazo já estão abaixo da meta de 4,5 por cento.
O diretor do BC também afirmou que o ritmo de corte da taxa básica de juros, a Selic, está mais rápido do que o Comitê de Política Monetária (Copom) esperava originalmente e que o processo de flexibilização monetária ocorreu por causa do amplo processo de desinflação.
Segundo o diretor do BC, o amplo processo de desinflação, incluindo o setor de serviços, permitiu a flexibilização da política monetária.
Atualmente a Selic está em 12,25 por cento ao ano. Os investidores esperam que, na reunião da próxima semana, o Copom reduza os juros em mais 1 ponto percentual.
No Relatório Trimestral de Inflação, divulgado na semana passada, o BC passou a ver inflação menor em 2017, ainda mais abaixo do centro da meta oficial, e também deixou claro que vai fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte dos juros básicos diante da desinflação mais difundida.
No relatório, o BC previu alta de 4 por cento do IPCA em 2017 pelo cenário de mercado, abaixo dos 4,2 por cento em fevereiro e do centro da meta oficial, de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
(Reportagem de Guillermo Parra-Bernal)