BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina disse nesta quinta-feira que precisa de uma proteção contra potenciais ações judiciais de credores de sua dívida reestruturada, ou o retorno de uma medida cautelar que permita pagar-lhes, antes de negociar com os "holdouts" --credores que não participaram da reestruturação da dívida argentina--, a quem o país deve pagar na próxima semana para evitar um default.
Representantes do país sul-americano se reuniram nesta quinta-feira em Nova York com o mediador designado por um juiz norte-americano para facilitar um acordo com os "holdouts". A Argentina tem até 30 de julho para evitar entrar em default pela segunda vez em 12 anos.
"Os funcionários argentinos explicaram as razões pelas quais é necessário prover algum instrumento financeiro que dê segurança à República em relação aos riscos associados à cláusula Rufo", disse o Ministério da Economia em um comunicado divulgado nesta noite.
A cláusula em questão impede que país ofereça voluntariamente melhores condições de pagamento a credores que não ingressaram nas reestruturações de 2005 e 2010 sob o risco de que os credores que trocaram sua dívida demandem o mesmo tratamento.
"Finalmente, se sinalizou que se os litigantes não proveem as ditas garantias à República, um "stay" segue sendo a melhor opção para permitir que se avance até uma solução em condições justas, equitativas, legais e sustentáveis para 100 por cento dos credores", acrescentou a nota.
Um "stay" é uma medida cautelar que permite ao país seguir honrando seus dívidas enquanto negocia com os "holdouts".
(Reportagem de Maximiliano Rizzi)