BRASÍLIA (Reuters) - A propaganda eleitoral de TV da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) explorou neste domingo a crise de abastecimento de água em São Paulo, numa tentativa de desgastar a gestão do PSDB no governo estadual e ligando o problema atual ao racionamento de energia de 2001, quando os tucanos governavam o país.
"É preocupante e também muito triste saber que os brasileiros que vivem em São Paulo, Estado mais rico do país, estão passando por uma crise de falta de água sem precedentes na sua história", diz a presidente na abertura do programa.
"É preocupante porque o que afeta São Paulo, claro, afeta todo país, triste e muito triste porque estamos falando de um problema alertado há dez anos", prosseguiu Dilma.
Ela argumenta que está abordando a crise de abastecimento de água pelo "sofrimento do povo paulista" e para "fazer chegar até você mais um exemplo do modelo de gestão tucana."
O Estado de São Paulo enfrenta em 2014 a pior crise hídrica dos últimos 80 anos. Temperaturas mais altas que a média do início do ano aliadas com chuvas fracas do período não recuperaram as represas para o atual período do inverno, quando a pluviosidade normalmente é significativamente menor.
O governador tucano Geraldo Alckmin, que foi reeleito no primeiro turno, não optou até agora pelo rodízio de água na região metropolitana de São Paulo, porém várias cidades do interior paulista, como Bauru e Mauá, estão decretando racionamento de água.
Após o narrador dizer que o problema poderia ter sido evitado pelos governos tucanos, Dilma volta a falar e diz que tem tentando ajudar o governo estadual para fazer obras para melhorar o sistema hídrico, mas o governador teria rejeitado.
"O presidente só pode agir se o governador pedir e autorizar essa parceria", diz Dilma. "O governo de São Paulo precisa mudar de atitude", prossegue. A presidente diz que está disponível para o governo tucano 1,8 bilhão de reais na Caixa Econômica Federal.
Após apresentar documentos que mostram alertas de órgãos estaduais para o problema de abastecimento de água, o narrador diz que mesmo assim a Sabesp, estatal do Estado responsável pelo sistema de abastecimento de água, distribuiu lucro a acionistas.
"Nos últimos dez anos a Sabesp, empresa controlada pelo governo estadual, distribuiu mais de 4 bilhões em lucros para seus acionistas, inclusive no exterior", diz o narrador.
"Veja se isso não é a cara dos governos tucanos, boa parte do dinheiro das contas de água foi parar no bolso dos grandes investidores, ao invés de beneficiar a população paulista", prossegue.
O programa também faz ligação com o problema atual em São Paulo com o racionamento de energia que assolou o país em 2001, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
"Hoje vivemos uma seca muito pior que 2001, mas graças às obras de energia realizadas por Dilma o país não sofreu nenhum risco de racionamento", diz o narrador.
AÉCIO
Já o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, apresentou um programa com tom mais emotivo, mostrando depoimentos de familiares sobre suas qualidades de bom pai, irmão, filho e marido.
"Estamos iniciando hoje a última semana da campanha eleitoral. Quero agradecer a você e à sua família pelas manifestações de afeto que tenho recebido", diz Aécio, ao lado da sua esposa, Letícia.
"Juntos cada um de nós com nossas famílias vamos no próximo domingo dar juntos um novo e importantíssimo passo para um Brasil que seja mais digno e mais justo como todos nós brasileiros merecemos", continua o tucano.
"Eu estou pronto e a decisão está na sua mão", concluiu.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro; Edição de Cesar Bianconi)