SÃO PAULO (Reuters) - O governo do Estado de São Paulo afirmou nesta quinta-feira que rescindiu contrato com a companhia construtora de estações da segunda fase da linha 4 do metrô da capital paulista, em uma disputa em que a companhia responsabiliza o Estado pelo atraso nas obras.
Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, o contrato a cargo da espanhola Isolux Corsán foi anulado por "falta de execução" de obras. Porém, a companhia afirmou em comunicado que foi ela quem pediu a anulação do contrato por conta de atrasos do Metrô de São Paulo na entrega de projetos executivos, "sem os quais a continuidade das obras tornava-se impossível".
A construção de mais quatro estações da segunda fase do projeto da Linha 4 estava prevista para entrar em operação a partir do ano passado, mas apenas uma das cinco estações previstas foi entregue.
Segundo o Metrô, o consórcio da Isolux Corsán foi notificado por não cumprir nos prazos os contratos assinados em 2012, abandono da obra e violação de cláusulas contratuais, entre outros.
A empresa, porém, alega que há cerca de 15 dias mandou ao Metrô pedido de regularização de aditivos dos contratos e a entrega dos projetos executivos. "Como nesse período não houve nenhuma manifestação por parte do Metrô, reforçando as limitações gerenciais desse órgão, a Isolux Corsán tomou a iniciativa de pedir a rescisão do contrato", disse a empresa, afirmando que encaminhou o assunto para um processo de arbitragem.
O governo estadual afirmou que desde o fim do ano passado o consórcio desacelerou o ritmo das obras e não vinha cumprindo os prazos estabelecidos. As multas previstas nos contratos podem atingir, juntas, 23 milhões de reais, porém a Isolux Corsán afirmou que nenhuma multa foi aplicada pelo governo ainda.
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos disse que a intenção do governo paulista é relicitar as obras que estavam sob responsabilidade do consórcio "o mais rápido possível", ainda neste semestre. O Metrô disse que está preparando novos processos licitatórios para contratação das obras, mas não deu detalhes.
(Por Alberto Alerigi Jr., com reportagem adicional de Priscila Jordão)