Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A decisão do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, de ficar no governo garante a permanência da atual equipe e a continuidade de ações de curto prazo em prol de reformas regulatórias em curso, afirmou à Reuters o secretário de Petróleo e Gás do ministério, Márcio Félix.
Coelho Filho declarou nesta terça-feira que permanecerá na pasta mesmo com oposição de seu partido, o PSB, que pediu na semana passada que todos os filiados entreguem os cargos no governo federal após denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer.
Para o secretário, a posição do ministro traz "uma certa tranquilidade" para que a pasta entregue promessas amplamente aguardadas pelo mercado como forma de tornar o setor mais atrativo para investimentos.
Como exemplo, Félix destacou que há uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) prevista para 8 de junho, quando estão previstas aprovações relacionadas ao programa RenovaBio, cujo objetivo é revitalizar o setor de biocombustíveis do país.
Outro tema que passará por aprovações na reunião do CNPE é o programa chamado "Combustível Brasil", que tem como objetivo preparar o setor de refino e distribuição de combustíveis para uma retomada da economia brasileira, com o estimulo à livre concorrência e à atração de investimentos.
"A presença dele (Coelho Filho) garante que a equipe fique e tem muitas entregas, muitas coisas para resolver no curtíssimo prazo... tudo que foi sinalizado já foi feito ou está em vias de ser feito, mas faltam algumas coisas", afirmou Félix, por telefone, de Nova York.
LEILÕES DE PETRÓLEO
O secretário esteve na cidade norte-americana para conversar com investidores sobre as oportunidades no Brasil e, nos últimos dias, acompanhou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em seu "road show" sobre os três leilões de áreas petrolíferas do Brasil, previstos para o segundo semestre.
"Os atores que a gente conversou, muitos investidores do mercado financeiro, a preocupação deles é com médio e longo prazos, com a continuidade das ações (para reformas regulatórias)", afirmou Félix, que frisou que há tempo hábil para uma melhora do cenário político brasileiro para a realização dos leilões..
"É claro que, se os leilões fossem nesses dias, agora, seria preocupante, mas tem tempo... essa a posição do ministro hoje já dá uma acalmada nessa especulação de curto prazo", completou.
(Por Marta Nogueira)