Por Parisa Hafezi
ANCARA (Reuters) - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira que o governo iraniano não aceitará "exigências exageradas" de potências mundiais durante as negociações sobre o programa nuclear iraniano, e rejeitou deixar os inspetores entrevistarem os cientistas nucleares do país.
Os comentários, transmitidos ao vivo pela TV estatal, foram os mais recentes de uma série de declarações do aiatolá sobre as inspeções, agora que se aproxima o prazo de 30 de junho para resolver um impasse de décadas sobre o programa nuclear do Irã.
"Nós nunca vamos ceder a pressão... Nós não vamos aceitar exigências descabidas... O Irã não vai dar acesso a seus cientistas (nucleares)", disse Khamenei. "Nós não vamos permitir que a privacidade de nossos cientistas nucleares ou qualquer outra questão importante sejam violados."
Khamenei, que tem a palavra final em qualquer assunto no Irã, descartou no mês passado a possibilidade de quaisquer "medidas extraordinárias de supervisão" de suas atividades nucleares e disse que os militares do país não podem ser alvo das inspeções.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vem tentando investigar as alegações de países ocidentais de que o Irã tem trabalhado na elaboração de uma ogiva nuclear. O Irã afirma que seu programa nuclear é pacífico e que vem cooperando com a AIEA para esclarecer quaisquer suspeitas. Inspetores da ONU monitoram regularmente as instalações nucleares declaradas pelo Irã, mas a AIEA se queixa há anos de falta de acesso aos locais, equipamentos, documentos e pessoas relevantes para sua investigação.
Em 2 de abril, o Irã chegou a um acordo preliminar com as potências mundiais para permitir que os especialistas da ONU realizem mais inspeções, mas durante as negociações surgiram diferentes interpretações de ambos os lados sobre o acesso aos inspetores.
(Reportagem de Parisa Hafezi; Reportagem adicional de Adrian Croft em Bruxelas)
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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