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ANÁLISE-Supersafra tira Brasil da recessão agora, mas crescimento disseminado só no 2º tri

Publicado 05.04.2017, 15:33
Atualizado 05.04.2017, 15:40
© Reuters.  ANÁLISE-Supersafra tira Brasil da recessão agora, mas crescimento disseminado só no 2º tri
SANB11
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Por Luiz Guilherme Gerbelli

SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira deve ter saído da recessão no primeiro trimestre deste ano quase que exclusivamente com o agronegócio, o que levará o crescimento mais consistente e disseminado ocorrer só mais à frente, de acordo com economistas consultados pela Reuters.

Na projeção de bancos e consultorias, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer de 0,1 a 0,3 por cento entre janeiro e março quando comparado com o quarto trimestre de 2016, com o salto que pode chegar a 8 por cento da agropecuária pela supersafra que o país registrou no período.

"Projetamos expansão bastante significativa, de 8 por cento, para a agropecuária. Se não fosse essa contribuição, a variação do PIB seria negativa", resumiu o economista do banco Santander (SA:SANB11) Rodolfo Margato, para quem o PIB terá expansão de 0,3 por cento no primeiro trimestre.

Tradicionalmente, os números da agropecuária são mais positivos no começo do ano. Agora, o setor --que no cálculo global do PIB responde diretamente por apenas 5 por cento-- deve contribuir com desempenho melhor por causa da supersafra, sobretudo da soja, um dos principais produtos de exportação do Brasil. A fraca base de comparação com 2016 também ajuda no cálculo.

"A nossa projeção é de alta de 6,8 por cento para o PIB da agropecuária, mas não descartamos avanço ainda maior", afirmou a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Silva Matos, para quem o PIB do país deve ter expansão de 0,3 por cento no primeiro trimestre.

Para o diretor da Agroconsult, André Pessôa, a agropecuária como um todo deve contribuir com 0,40 ponto percentual do crescimento do PIB em 2017. Só a soja deve ajudar com 0,24 ponto.

No ano passado, a economia brasileira aprofundou a crise ao encolher 3,6 por cento, marcando a mais longa recessão da história.

Para este ano, segundo pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, a projeção é de tímido crescimento, pouco inferior a 0,5 por cento. Só o PIB do agronegócio deve crescer 5,77 por cento em 2017, enquanto o da indústria deve ter aumento de 0,84 por cento e o de serviços, leve queda de 0,08 por cento.

DÚVIDA

Os especialistas ouvidos pela Reuters entendem que, a partir de abril, a recuperação econômica vai se dar de forma mais disseminada entre os demais setores que compõem o PIB. No caso da indústria, o caminho parece mais fácil, com estimativas de estabilidade na margem, com alguns até projetando avanço tímido no primeiro trimestre.

"O crescimento da indústria do segundo trimestre deve vir sobretudo puxado pela parte extrativa, por causa do minério", disse a economista e sócia da consultoria Tendências, Alesandra Ribeiro, que calcula retração de 0,3 por cento da indústria no primeiro trimestre e crescimento de 1,1 por cento no segundo.

A principal dúvida para a consolidação do crescimento brasileiro paira sobre o setor de serviços, que responde por quase 70 por cento do PIB nacional pela ótica da produção e sente mais diretamente os impactos do elevado desemprego e da pouca disposição das famílias em consumir.

Os primeiros número do ano corroboram esse cenário: em janeiro, o setor recuou 2,2 por cento na comparação com dezembro, pior resultado mensal da série histórica.

Por ora, a expectativa é que o setor de serviços esboce crescimento gradual ao longo dos próximos trimestres, puxado pela melhora do comércio que deve se beneficiar da queda da inflação e da taxa de juros. O setor também pode sentir os efeitos positivos dos recursos que devem ser injetados na economia com a liberação dos saques de contas inativas do FGTS.

(Reportagem adicional de Roberto Samora; Edição de Patrícia Duarte)

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