Por Jeff Mason e Andreas Rinke
WASHINGTON (Reuters) - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se mostraram calorosos e amistosos durante uma reunião na Casa Branca nesta sexta-feira, apesar de diferenças sobre comércio que têm gerado tensões entre os dois aliados.
Como os dois líderes chamaram atenção em seu encontro anterior na Casa Branca por não terem apertado as mãos no Salão Oval, Trump fez questão do gesto, e duas vezes, ao parabenizar a chanceler por sua vitória eleitoral.
"Temos um relacionamento ótimo, e realmente tivemos um relacionamento ótimo desde o início, mas algumas pessoas não entenderam isso", disse Trump, qualificando Merkel como "uma mulher muito extraordinária".
Merkel admitiu que levou algum tempo para formar um governo depois de grandes perdas para a extrema-direita, mas disse ser importante para ela que sua primeira viagem para fora da Europa desde que formou seu novo gabinete fosse a Washington.
Cordialidade à parte, o acordo com o Irã, a iminência da aplicação de tarifas norte-americanas a produtos europeus de aço e alumínio, o plano de um gasoduto russo sob o Mar Báltico com ligação na Alemanha e os gastos militares de Berlim são temas que dividem Merkel e Trump.
Com Trump prestes a impor tarifas sobre o aço que afetará as exportações europeias, Merkel disse que a decisão está agora nas mãos de Trump sobre conceder isenções aos países da União Europeia.
"O presidente vai decidir. Isso está muito claro", disse Merkel em uma coletiva de imprensa conjunta com Trump depois que o presidente dos EUA se queixou do desequilíbrio comercial entre seu país e a Europa, particularmente em relação aos automóveis.
"Tivemos uma troca de opiniões. A decisão é do presidente", disse ela.
Merkel também afirmou que pode ver uma negociação de acordo comercial bilateral entre a UE e os Estados Unidos, dizendo que a Organização Mundial do Comércio não tem conseguido acordos multilaterais.
Trump disse querer uma relação comercial "recíproca" com a Alemanha e outros países europeus e deseja que Alemanha e outros aliados da Otan paguem mais pela defesa comum.
"Precisamos de um relacionamento recíproco, que não temos ... Estamos trabalhando nisso e queremos torná-lo mais justo e a chanceler quer torná-lo mais justo", declarou Trump.