SÃO PAULO (Reuters) - O senador Aécio Neves (MG) seguirá na presidência nacional do PSDB até maio de 2018, decidiu nesta quinta-feira a Executiva Nacional do partido num movimento que mantém o protagonismo do senador, potencial candidato à Presidência em 2018, entre os tucanos.
Em nota, a Executiva disse que o objetivo da decisão, que teve apoio de 22 diretórios estaduais e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB, é "manter a unidade do partido".
"O PSDB precisa mais do que nunca da união de seus líderes que, espero, na ocasião oportuna estarão também em torno de quem, em 2018, tiver melhores condições de apoio eleitoral e político pra levar o Brasil adiante", afirmou FHC.
Aécio foi alçado à presidência do PSDB em 2013 como uma plataforma para sua candidatura à Presidência da República em 2014, quando foi derrotado pela ex-presidente Dilma Rousseff na disputa presidencial mais acirrada desde a redemocratização. A petista teve o mandato cassado em um processo de impeachment no final de agosto deste ano.
O senador mineiro enfrenta a concorrência interna do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na disputa para ser o candidato tucano ao Palácio do Planalto em 2018. Corre por fora o ministro das Relações Exteriores, José Serra.
Alckmin saiu fortalecido das eleições municipais deste ano, quando o PSDB paulista teve forte desempenho e o candidato do governador à prefeitura de São Paulo, João Doria, se elegeu no primeiro turno. Alckmin foi o principal fiador da candidatura do prefeito eleito enfrentando até mesmo a oposição de lideranças tucanas paulistas.
Aécio, por sua vez, viu seu candidato à prefeitura de Belo Horizonte, João Leite, ser derrotado no segundo turno. Mas a manutenção dele à frente da máquina partidária o coloca em boa posição internamente, especialmente no caso de uma prévia para definir o candidato do PSDB em 2018.
Pesa contra Aécio, assim como contra Alckmin e Serra, citação em delações da operação Lava Jato, que investiga um bilionário esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4). Os dois negam quaisquer irregularidades.
(Por Eduardo Simões)