BRASÍLIA (Reuters) - Duas importantes bancadas da base do governo de Michel Temer, DEM e PSDB, aceitam votar duas medidas provisórias caras ao Planalto, mas alertam que não vão garantir quórum para analisar um requerimento que daria mais celeridade a um projeto que reajusta os vencimentos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
As votações estão convocadas para esta quinta-feira, quando senadores irão se debruçar sobre uma MP que cria o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para execução de obras de infraestrutura e outra que promoveu uma reforma nos ministérios quando Temer assumiu interinamente a Presidência da República, ambas no seu último dia de vigência.
Uma vez votadas essas medidas, a pauta fica liberada para a votação de um requerimento de urgência para o projeto que concede reajuste a ministros do Supremo.
O DEM, por exemplo, orientou sua bancada a garantir quórum em plena quinta-feira após feriado para as MPs, mas irá tentar derrubar o requerimento de urgência, se ele for a votação. Na mesma linha, o PSDB aceita a votação das medidas, mas irá obstruir eventual deliberação do requerimento.
Até mesmo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), havia feito declarações contrárias a aumentos de vencimentos no serviço público diante da necessidade de um saneamento das contas públicas, mas mudou sua posição e vem defendendo que a Casa vote o reajuste em questão.
O PT, por sua vez, já anunciou que irá obstruir todas as votações.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)