BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, convocou uma reunião de emergência com líderes da base governista na Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira, para discutir o adiamento da eleição da comissão especial que analisará o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Além do adiamento da eleição dos membros da comissão especial, que ocorreria em sessão prevista para esta segunda-feira, preocupa o governo a apresentação de lista com chapa alternativa à apresentada pelos líderes partidários.
Segundo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a eleição da comissão especial foi adiada para a terça-feira por falta de quórum de deputados nesta segunda e pela impossibilidade de fazer uma eleição com chapa alternativa à indicada pelos líderes.
Inicialmente, a expectativa era que os 65 membros da comissão especial fossem apontados pelos líderes de bancadas de cada partido de acordo com o número de vagas para cada legenda. Mas a oposição, ao lado de um grupo descontente do PMDB, decidiu indicar seus nomes em uma chapa alternativa, juntamente com dissidentes de partidos da base que não foram contemplados pelos líderes de bancadas.
Assim, será necessária uma disputa eleitoral para escolher os membros da comissão especial e, segundo Cunha), não haveria tempo hábil para organizar a eleição, além de não haver quórum na Casa para escolher os membros nesta segunda.
Mais cedo, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), acusou Cunha e a oposição de se aliarem em um movimento para atrasar o processo. O governo tem pressa e quer que se encaminhe a questão com agilidade. Guimarães disse ainda, a jornalistas, que o movimento de Cunha fere acordo firmado entre lideranças partidárias.
Dilma pediu nesta segunda-feira que o recesso parlamentar, que começa a partir de 22 de dezembro, seja cancelado, pois o Brasil vive um momento em que não se pode dar ao direito de parar o país até o dia 2 de fevereiro.
(Por Lisandra Paraguassu)