(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, admitiu nesta segunda-feira que faltou "um pouco de tato" do seu colega de chapa, o general da reserva Hamilton Mourão, que afirmou publicamente ser favorável à realização de uma Constituinte com a presença de pessoas não eleitas pelo voto e também a possibilidade de um presidente da República perpetrar um autogolpe.
"Ele é general, eu sou capitão, mas eu sou presidente. Eu desautorizei nesses dois momentos", disse ele em entrevista ao vivo ao Jornal Nacional, ao destacar que jamais poderia admitir uma nova Constituinte sem ter poderes para tal.
Bolsonaro afirmou que não entendeu direito o que Mourão quis dizer com autogolpe, mas destacou também que isso não existe. Ao ressaltar que serão "escravos da nossa Constituição", o presidenciável disse que está disputando a eleição porque aceita se submeter ao voto popular.
"Tenho certeza que uma vez eleito, falta ao general ainda um pouco de tato, convivência com a política e ele rapidamente se adequará à realidade brasileira e à função tão importante que é a dele. Então, general Mourão, agradeço à sua participação, mas ele foi infeliz, deu uma canelada", disse.
Bolsonaro afirmou que poderá propor ao Congresso uma proposta de redução da maioridade penal, que o povo quer, e destacou que não vai aceitar o chamado toma lá dá cá nem a imposição de nomes para escolher o "nosso time de ministros".
O presidenciável do PSL venceu o primeiro turno, mas não conseguiu a maioria necessária para ser eleito e terá que enfrentar o candidato do PT, Fernando Haddad, numa segunda rodada de votação no final do mês.
(Por Ricardo Brito)