Por Lisandra Paraguassu e Dan Williams
BRASÍLIA/JERUSALÉM (Reuters) - O governo brasileiro decidiu abrir um escritório em Jerusalém para promoção do comércio, investimento, tecnologia e inovação, conforme declaração conjunta que será divulgada neste domingo durante visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel.
O documento não falará em mudança de embaixada, mas classificará o escritório em Jerusalém "como parte de sua embaixada em Israel", afirmou à Reuters uma fonte brasileira com conhecimento direto do assunto.
Mais cedo, o governo de Israel disse que o Brasil abriu um "escritório diplomático" em Jerusalém, num momento em que Bolsonaro inicia uma visita ao país.
"Obrigado por abrir um escritório diplomático em Jerusalém!", afirmou o ministro das Relações Exteriores de Israel em exercício, Israel Katz, em um post no Twitter, que incluiu uma foto de si mesmo apertando as mãos do seu homólogo brasileiro, Ernesto Araújo.
"Israel e Brasil são amigos verdadeiros compartilhando valores comuns e nós vamos fortalecer a cooperação entre nossos dois países", acrescentou o tuíte.
Na última quinta-feira, Bolsonaro já havia dito que o governo brasileiro poderia abrir um escritório de negócios em Jerusalém, em vez de transferir a embaixada em Israel para a cidade, como chegou a anunciar mais de uma vez.
O aparente recuo em relação à mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém --um assunto sensível na região e que desagrada os países árabes, grandes importadores de carne de aves do Brasil-- vem com a resistência dos militares do governo e da equipe econômica, que teme as consequências para as exportações brasileiras.
Quando ainda no Brasil, Bolsonaro não descartou totalmente a transferência da embaixada ao lembrar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levou nove meses para tomar a decisão final de mudar a embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém.