BRASÍLIA (Reuters) - Partidos do chamado Centrão reagiram com ameaças de bloquear a reforma da Previdência no Congresso e levaram o presidente Michel Temer a adiar a nomeação do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), para o cargo de ministro da Secretaria de Governo, segundo jornais desta sexta-feira, e o Palácio do Planalto disse que vai discutir a questão na próxima semana.
O Centrão, bloco formado por 13 partidos da base aliada --incluindo PTB, PSD e PP--, se rebelou contra a nomeação do deputado tucano por considerar que a medida seria uma manobra do governo para ajudar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a ser reconduzido ao cargo na próxima eleição da Casa, de acordo com os jornal o Estado de S. Paulo desta sexta-feira.
Uma fonte disse à Reuters na quinta-feira que Imbassahy assumiria na próxima semana o comando da Secretaria de Governo no lugar do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que pediu demissão do posto no final de novembro em meio a denúncias de que pressionou o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para que favorecesse seus interesses pessoais ao liberar uma obra em Salvador.
No entanto, segundo reportagens no Estadão e também na Folha de S.Paulo, Temer decidiu adiar a confirmação da escolha do novo ministro devido à reação negativa do Centrão, que também reivindica o posto para um de seus membros.
Segundo a Folha, a estratégia do governo agora é aguardar o final de semana e ganhar tempo para convencer os demais partidos a aceitar a nomeação do tucano.
O Palácio do Planalto informou, por meio de um assessor, que a questão será discutida por Temer na próxima semana.
(Reportagem de Anthony Boadle, em Brasília, e Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)