RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - Serviços de metrô, trem e ônibus foram parcialmente paralisados na manhã desta sexta-feira em capitais e outras cidades do país, e manifestantes bloquearam importantes vias para protestar contra a reforma da Previdência, em dia de greve geral convocada por centrais sindicais.
Funcionários da Petrobras (SA:PETR4) também iniciaram uma greve durante a madrugada em refinarias e terminais em oito Estados em protesto contra a reforma previdenciária e o programa de venda de ativos da petroleira estatal, de acordo com a Federação Única de Petroleiros (FUP).
No Rio de Janeiro, a Polícia Militar disparou bomba de gás lacrimogêneo para dispersar uma manifestação e liberar o trânsito na zona portuária, de acordo com a TV Globo. A capital fluminense estava com o transporte público operando normalmente, mas com bastante congestionamento devido ao fechamento de vias importantes.
Algumas estações de metrô amanheceram fechadas ou em operação parcial em São Paulo, mas estavam sendo reabertas com a chegada de trabalhadores, disse o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, em entrevista à Globonews. Também houve bloqueio em uma avenida que liga a capital paulista às cidades do ABC.
A paralisação ocorre no dia da abertura da Copa América de futebol com a partida Brasil e Bolívia no estádio do Morumbi, em São Paulo, às 21h30, com a presença prevista do presidente Jair Bolsonaro. A Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) informou que fará uma operação especial para atender os torcedores.
Houve paralisações nos transportes públicos também no Distrito Federal, em Salvador, em Belo Horizonte e em Curitiba, entre outras cidades, de acordo com levantamento do portal de notícias G1. Segundo o site, por volta de 7h20 ao menos 12 Estados e o DF foram afetados.
Centrais sindicais ao redor do país convocaram uma greve geral e protestos para esta sexta-feira contra a reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro e em defesa da educação.
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical são algumas das entidades que convocaram as categorias que representam a aderir a greve.
A CUT estima que mais de 170 cidades do país terão atos pela greve, de acordo com nota no site da entidade .
Os atos de sexta-feira foram marcados em 1º de maio, quando as centrais sindicais comemoraram o Dia do Trabalho com protestos contra a reforma previdenciária.
Na avaliação das entidades, a proposta do governo Bolsonaro não combate privilégios e prejudica a parte mais pobre da população.
Segundo a Força Sindical, dentre as categorias que aderiram à greve estão os metroviários, motoristas de ônibus, ferroviários, metalúrgicos, professores municipais e estaduais e bancários, de acordo com nota publicada no site.
A reforma da Previdência se encontra atualmente na comissão especial da Câmara dos Deputados, onde o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) apresentou na quinta-feira parecer favorável à reforma.
(Por Pedro Fonseca e Laís Martins; Reportagem adicional de Marta Nogueira)