SÃO PAULO (Reuters) - O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, disse nesta quinta-feira que, se eleito, irá rever a Lei de Licitações, que no modelo atual, para ele, permite irregularidades e colabora para o abandono de obras públicas, e prometeu também ampliar o programa Minha Casa Minha Vida.
“Nós precisamos, e está no meu programa, rever todo esse processo de licitação, licenciamento, lei de desapropriação, para efeito de obras públicas”, disse Ciro durante reunião no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) em São Paulo.
O candidato ressaltou que só deveria ser possível haver licitação com um projeto pronto e "o projeto deveria ser obrigado a especificar preços unitários".
"Por quê? Porque qualquer ‘do povo’, com a tabela da Fundação Getulio Vargas da internet, pode comparar", argumentou.
Para Ciro, é comum superfaturar no início das obras.
“Ganha na etapa de superfaturamento e abandona a obra. O Brasil tem 7.200 obras paradas hoje, parte substantiva disso é isso. Empresas que desertam das licitações que ganharam de forma fraudulenta apesar de ser com o menor preço, picareta sabe fazer, e aí fica impune”, disse ele.
O pedetista defendeu que a universidade e os institutos técnicos tenham um outro papel nesses processos. "Hoje os políticos estão resolvendo entre si o assunto e os políticos, no bastidor, são muito gravemente sensíveis ao lobby, ao poder econômico.”
Ciro também defendeu a manutenção do programa Minha Casa Minha Vida e disse que a questão das cidades é um dos grandes compromissos de seu projeto de governo.
“Precisamos manter a ampliar o programa Minha Casa Minha Vida, que entendeu finalmente o drama brasileiro... é preciso subsidiar pesadamente para fortalecer”, disse, acrescentando que é por meio do programa que ele pretende gerar dois milhões de empregos já no primeiro ano de governo.
Mas o candidato disse que não basta simplesmente construir casas.
"O Brasil precisa de uma reforma urbana", disse. "Não adianta nada a gente continuar repetindo modelos em que você constrói conjuntos habitacionais lá na periferia distante e constrange a vida das pessoas a um inferno. O trabalhador brasileiro está pagando uma terceira jornada, pela qual ninguém indeniza ele, indo e voltando para o trabalho”, afirmou.
(Reportagem de Laís Martins)