Por Andrew Cawthorne e Leon Wietfeld
CARACAS (Reuters) - Os venezuelanos votam no domingo em uma eleição municipal de âmbito nacional que será boicotada pelos grandes partidos da oposição, o que deve ajudar o presidente Nicolás Maduro a consolidar seu poder antes de uma provável tentativa de reeleição em 2018.
Depois de resistir a enormes protestos de rua, sanções internacionais e uma dissidência dentro da própria sigla governista, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o presidente de 55 anos viu seus candidatos obterem uma maioria surpreendente nas eleições estaduais de outubro.Agora, com 335 municípios em disputa, parece certo que os socialistas repetirão o feito, ajudados pelo absenteísmo opositor, o que encantará Maduro depois da abjeção internacional que enfrentou durante todo o ano.Os principais partidos da coalizão opositora enfraquecida – Primeiro Justiça, Vontade Popular e Ação Democrática – preferiram se ausentar da votação de domingo, alegando que o sistema eleitoral é distorcido e concebido puramente para manter uma "ditadura" no poder."É loucura não participar", disse o analista político Dimitris Pantoulas. "O governo muito provavelmente terá um dos melhores resultados de sua história... Maduro ficará muito forte depois desta eleição. O momento político é dele".Os socialistas já ocupam mais de 70 por cento das prefeituras da Venezuela, e a previsão é que ganhem mais espaço, aumentando sua presença entre os extratos populares no momento em que Maduro pondera concorrer a um segundo mandato de seis anos no país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).