CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) - O Congresso da Guatemala retirou nesta terça-feira a imunidade do presidente do país, Otto Pérez Molina, para que ele seja investigado por supostamente liderar uma máfia alfandegária com sua ex-vice-presidente Roxana Baldetti, já detida por envolvimento no caso.
Os 132 deputados que participaram da sessão no Congresso, formado por 158 parlamentares, votaram a favor de retirar o foro privilegiado, o que havia sido recomendado no sábado por uma comissão investigativa formada por cinco deputados.
No lado de fora do Congresso, opositores comemoraram a decisão com gritos, abraços e beijos, tocando buzinas e apitos em meio a um escândalo que abalou o país a poucos dias das eleições presidenciais de domingo.
"É um passo muito importante para a Guatemala e que os guatemaltecos ganhem. Nenhuma pressão, nem do presidente, nem de ninguém", disse o deputado Salvador Baldizón, do partido opositor Líder e irmão do candidato presidencial Manuel Baldizón, que libera as pesquisas.
O general reformado Pérez Molina e Roxana eram os chefes de uma quadrilha criminosa que cobrava subornos pela passagem de mercadorias importadas sem pagar os impostos correspondentes, apontaram as investigações do Ministério Público e da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG).
Pérez Molina negou todas as acusações e resiste em renunciar, apesar da pressão de cidadãos, empresários, universidades, igrejas e organizações sociais. Sua equipe de defesa apresentou recursos na última tentativa de evitar um processo judicial.
(Reportagem de Sofía Menchú e Enrique Andrés Pretel)