RIO DE JANEIRO (Reuters) - A direção dos Correios está empenhada em reduzir custos do plano de saúde dos empregados como principal meio de voltar ao azul, após prejuízos nos últimos anos, disse nesta segunda-feira o presidente da estatal de serviço posta, Guilherme Campos.
Segundo o executivo, gastos com o plano de saúde dos empregados responderam por 1,6 bilhão de reais do prejuízo de 2,1 bilhões de reais da companhia em 2015, vieram do plano de saúde. Já no ano passado, o plano de saúde respondeu por 1,8 bilhão de cerca de 2 bilhões de reais de prejuízo.
"Nosso objetivo esse ano é fechar o azul e o maior desafio é o plano de saúde dos funcionários dos Correios", disse Campos.
Em abril, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, já havia alertado que medidas duras de redução de custos, especialmente no plano de assistência médica dos empregados, seriam necessárias para tentar melhorar a situação financeira da empresa.
"Desde 2016 houve um travamento do orçamento da ordem de 1,5 bilhão de reais, corte de funções de valores acrescidos nos salários, temos um programa de demissão incentivada reaberto com mais de 7 mil inscritos e um profundo enxugamento na estrutura diminuindo níveis hierárquicos", disse Campos.
A privatização dos Correios é a última hipótese estudada pelo governo e só acontecerá caso medidas como redução de custos e de cargos não sejam suficientes, disse o executivo.
"O plano de redução de custos ainda tem sido insuficiente e a privatização seria o último estágio quando nada mais der certo", afirmou Guilherme Campos a jornalistas.
Em busca de modernização e de maior competitividade, os Correios entraram no ramo de telefonia móvel pré-paga. Outra aposta da empresa é fortalecer o serviço de encomendas e o executivo pretende aproveitar a presença em todos os municípios do país para avançar no segmento.
(Por Rodrigo Viga Gaier)