BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira a líderes da Casa que irá derrubar a sessão do Congresso da quarta-feira caso o veto da presidente Dilma Rousseff ao financiamento empresarial de campanhas eleitorais não seja incluído na pauta, informou um parlamentar.
O Congresso tem sessão prevista para a quarta para a análise de vetos que, se derrubados, trazem impactos às contas públicas, razão pela qual a votação é encarada como prioridade pelo governo. Dentre esses vetos, está o polêmico reajuste a servidores do Judiciário e também a extensão da política de reajuste do salário mínimo a todos os aposentados.
Segundo uma liderança parlamentar, que participou de um almoço e de reunião com Cunha, o presidente da Câmara defendeu a necessidade de o Congresso dar a palavra final sobre o financiamento eleitoral a tempo de a regra poder valer para as eleições municipais do próximo ano.
Do contrário, Cunha informou que convocaria uma sessão extraordinária da Câmara para o mesmo horário da sessão de votação dos vetos, impossibilitando-a, já que a Câmara tem preferência.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que a sanção de Dilma sobre a lei que trata da reforma política deve ser publicada ainda nesta terça-feira em edição extra do Diário Oficial, com vetos da presidente ao financiamento empresarial de campanhas e à impressão de votos.
É justamente o veto ao financiamento empresarial de campanhas que Cunha quer ver na pauta.
Guimarães disse que o governo considera "essencial" que a sessão do Congresso ocorra na quarta-feira, mas ponderou que a inclusão do veto sobre financiamento de campanhas na pauta não depende do governo, mas do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Renan adiantou que não é possível incluir este veto na pauta já que ele sequer foi publicado ainda.
"O presidente (Cunha) informou que quer que o veto seja incluído na sessão de amanhã", disse Guimarães, sem entrar em detalhes. "Mas não depende do governo."
(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Reportagem adicional de Leonardo Goy)