BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem cabe aceitar ou recusar pedidos de impeachment contra o presidente da República, afirmou nesta segunda-feira que a Casa não servirá de “instrumento” para a “desestabilização” do país.
“O Brasil já vive uma crise muito profunda”, disse Maia, questionado por jornalistas sobre qual seria sua atitude ao analisar os pedidos de impeachment do presidente Michel Temer já apresentados à Câmara.
"Não é minha agenda, neste momento, gerar nenhuma desestabilização ao governo, ao Brasil, às instituições públicas”, afirmou, em sua primeira declaração desde a erupção de denúncias surgidas a partir de delações de executivos do grupo J&F, controlador da JBS (SA:JBSS3).
Temer responde um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa, e é alvo de pedidos de impeachment protocolados na Câmara – tendo como autores, inclusive, deputados que integram partidos da base do governo.
“A Câmara, respeitando a nossa democracia, a independência entre os Poderes, deixará de forma clara que o presidente faça a sua defesa como vem fazendo todos os dias”, acrescentou Maia.
O presidente da Câmara disse que a Casa tem compromisso com a recuperação econômica e irá trabalhar “de forma permanente” para que a crise seja superada. Por isso mesmo, quer tocar a pauta e medidas provisórias e de um projeto da convalidação dos Estados.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)