BUENOS AIRES (Reuters) - O candidato do partido governista na Argentina, Daniel Scioli, que vem deslizando nas pesquisas recentes, terá de ganhar muitos pontos contra seu adversário no debate da noite deste domingo caso pretenda conferir novo fôlego à sua campanha a tempo de vencer as eleições no dia 22 de novembro.
Scioli, governador da província de Buenos Aires, é apoiado pela presidente Cristina Fernández de Kirchner, que é impedida por lei de disputar um terceiro mandato neste ano. Cristina deixará para seu sucessor a herança de uma inflação de dois dígitos, reservas escassas no banco central e um déficit fiscal cada vez maior.
No único debate transmitido pela TV na campanha, Scioli irá encarar Mauricio Macri, um propositor do livre mercado que está liderando as pesquisas por cerca de 8 pontos percentuais depois de um desempenho além do esperado no primeiro turno das eleições no último mês.
Macri promete induzir investimentos ao desmantelar o atual cenário de controle do comércio e da moeda, marca de Cristina. A mensagem de Scioli de promover uma mudança gradual rumo a uma política financeira mais ortodoxa, ao mesmo tempo em que preserva o generoso pacote de programas de bem-estar social de Cristina, não tem conseguido surtir efeito em meio aos eleitores indecisos da classe média, que decidirão o pleito.
"Scioli deve usar o debate para mostrar que é independente de Fernández e que tem um plano para mudar, concentrando em temas econômicos como a inflação e o emprego", disse o analista local Mariel Fornoni. "Ele já tem garantido os apoiadores de Fernández. Agora tem que se concentrar nos indecisos."
(Por Hugh Bronstein)