Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O Democratas selou, em convenção partidária na manhã desta quinta-feira, o apoio formal ao pré-candidato do PSDB na disputa presidencial, Geraldo Alckmin, e decidiu delegar para a Executiva Nacional da legenda as tratativas em torno da escolha do vice na chapa do tucano.
Antes da convenção, em rápida entrevista coletiva, o presidente do DEM e destacado por Alckmin para negociar a escolha do vice entre o grupo de partidos que o apoiam, Antonio Carlos Magalhães Neto, disse que é possível que a definição do nome possa ocorrer nas “próximas horas”.
“Temos um processo muito maduro”, disse ACM Neto, ao defender que o perfil do candidato seja complementar ao do candidato e “agregue eleitoralmente”.
O presidente do DEM afirmou ainda que o nome sairá do blocão --grupo de partidos formados por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade--, que decidiu apoiar o tucano há duas semanas.
Último a falar na convenção, Alckmin destacou a coerência ideológica e a coragem do DEM e citou a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que gostaria de extirpar a legenda. “O Democratas foi coerente durante os 13 anos na oposição”, disse.
“O Democratas é um partido com quadros. Tão importante quanto as bandeiras é a mão que empunha as bandeiras. Vocês são um time”, afirmou.
O pré-candidato tucano frisou também a grande capacidade de articulação política do DEM. “Como isso vai ser importante, necessário, o Brasil tem pressa, precisamos sair do marasmo”, disse, repetindo uma frase que tem usado comumente --“o Brasil tem pressa”.
Ao elogiar o que considera grande “competência gerencial” do partido aliado, Alckmin fez um aceno público ao presidente do DEM e prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, que, mesmo durante a profunda crise econômica por que o país passou nos últimos anos, conseguiu se reeleger em 2016 com 70 por cento das intenções de voto.
O pré-candidato do PSDB elogiou também o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), por ter desistido de sua candidatura ao Palácio do Planalto em prol do apoio a ele.
Para o tucano, o DEM é um partido necessário para as transformações do país.
“Minha palavra é de duplo agradecimento pela honra do apoio de todos vocês e pela confiança, não vou decepcioná-los. Vamos trabalhar juntos em benefício da nossa população”, disse.
"MAIS DO QUE PREPARADO"
O presidente do DEM exaltou a resistência do partido que foi para a oposição após as eleições de 2002, quando começaram as gestões petistas em nível federal. Ele citou que, naquela eleição, o DEM elegeu 84 deputados e em 2014, apenas 21.
“Valeu a pena sim as decisões que nós tomamos, os riscos, cada enfrentamento que foi realizado”, disse.
O presidente do DEM disse que Rodrigo Maia ajudou a costurar o arco de apoios partidários em favor da eleição de Alckmin.
“Sabemos que seremos decisivos para a sua vitória e, mais ainda, seremos decisivos para transformar o Brasil”, disse ACM Neto, que frisou que o DEM vai dar uma contribuição importantíssima para a campanha do tucano.
O presidente do DEM afirmou que medidas duras terão de ser tomadas, caso contrário não vai se “arrumar a casa”. Para ele, governos populistas não resolvem.
Para ACM Neto, Alckmin está “mais do que preparado” para ser o nosso presidente da República.
O presidente da Câmara disse que a estrutura do DEM será muito importante para que, em conjunto com outros partidos, garanta a chegada de Alckmin ao segundo turno.
Rodrigo Maia afirmou que não há ninguém mais preparado que o tucano para fazer as mudanças necessárias no país.
“É aquele dentre todos colocados o que reúne as melhores condições. No meu Estado, no Rio de Janeiro, Vossa Excelência pode ter certeza que sairá com uma boa vitória para ajudar na sua vitória no primeiro turno e, com certeza, no segundo turno” reforçou.
O deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educação e pré-candidato ao Senado, disse que o debate interno que teve sobre a escolha do apoio a Alckmin foi “democrático e verdadeiro” e foi o melhor para o Brasil.
“Na minha vida pública, eu nunca escolhi o caminho mais fácil e acho que quando você escolhe o mais fácil, nem sempre é o melhor par o povo”, disse. “A escolha em torno do nome do Geraldo foi a melhor para o Brasil. Passará pelo primeiro turno, irá para o segundo turno e vai ganhar as eleições para o bem do Brasil”, completou.
O deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), pré-candidato ao governo de Brasília, disse que Alckmin é o homem “mais preparado” para dirigir o Brasil.
“São Paulo, com tanta violência, foi o Estado que mais diminuiu o número de homicídios no Brasil”, disse ele, referindo-se à gestão do ex-governador paulista.
Fraga é o coordenador da chamada bancada da bala na Câmara dos Deputados e se inclinava a apoiar o candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro (RJ).
(Edição de Alexandre Caverni)