Por Venus Wu e James Pomfret
HONG KONG (Reuters) - Vários candidatos pró-independência conquistaram cadeiras na eleição legislativa de Hong Kong, que teve um comparecimento recorde no domingo, em um resultado que deve tensionar ainda mais os laços da cidade controlada pela China com os líderes do Partido Comunista em Pequim.
A oposição pró-democracia de Hong Kong também manteve seu bloco crucial de um terço no Conselho Legislativo de 70 assentos, suficiente para impor vetos a grandes leis e no financiamento público, o que vem ajudando a conter a influência chinesa.
A votação, que abriu as portas para uma nova leva de parlamentares, incluindo um ex-líder de protestos de 23 anos que prometeu "enfrentar" o Partido Comunista chinês, ressalta a frustração crescente com a maneira como Pequim vem lidando com sua "região administrativa especial" e assinala uma guinada significativa.
A ex-colônia britânica foi devolvida à China em 1997 conforme um acordo de "um país, dois sistemas" que prometeu manter as liberdades do polo financeiro global e leis separadas durante pelo menos 50 anos, mas deu o controle final a Pequim.
As autoridades chinesas vêm alertando Hong Kong repetidamente para que não abuse de seus direitos, e agora os líderes da China terão que decidir como reagir. Não houve reação imediata ao desfecho da eleição na mídia oficial chinesa.
Apesar do impedimento à participação de seis candidatos pró-democracia na eleição de julho, sob a justificativa de que eles apoiam a independência, pelo menos cinco "localistas" e jovens democratas novatos conquistaram vagas, entre eles um dos líderes das manifestações democráticas em massa de 2014, Nathan Law.
Os "localistas" colocam os interesses de Hong Kong à frente dos de Pequim.