Investing.com - O governador de São Paulo Joao Doria fez uma defesa enfática da reforma da Previdência e pediu a empresários do setor imobiliário a se mobilizar para a sua aprovação durante a sua participação no evento “100 dias de governo: impactos para a habitação”, organizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), nesta terça-feira em São Paulo. Doria participou da sessão de abertura do evento com Luiz Antônio França, presidente da associação, Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, Bruno Covas, prefeito de São Paulo, e Rubens Menin, presidente do Conselho de Administração da MRV (SA:MRVE3).
“Não se silenciem, organizem grupos de apoio, lancem manifestos, conversem com parlamentares com posição dúbia”, enfatiza Doria à plateia formada por representantes do setor imobiliário, chamando as 32 entidades que formam a Abrainc a criar grupos de pressão para que o Congresso aprove as novas regras de aposentadoria. O governador elogiou o presidente da Abrainc devido à iniciativa da entidade lançar um manifesto de apoio e defesa à reforma.
“Se a reforma da previdência não for aprovada, caminhamos para o caos, não é uma visão pessimista, é a realidade”, vaticinou Doria, que declarou seu apoio e do PSDB à reforma “sem alinhamento e sem troca”. Doria defende a proposta do governo federal que prevê economia de R$ 1 trilhão em 10 anos, sem comentar eventuais alterações no texto, como nas novas regras de aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que enfrentam resistência no Congresso.
O governador de São Paulo é um dos sete governadores da região Sul e Sudeste que defendem mudanças nas regras de aposentadoria. A aliança foi após manifesto dos 9 governadores do Nordeste que se posicionaram à reforma proposta pelo governo federal.
Com as novas regras previdenciárias aprovadas, o investidor internacional vai investir no Brasil na visão do governador, como país podendo se tornar a “bola da vez” no cenário econômico internacional. “A aprovação deve ser entre junho e julho”, prevê o governador, em uma visão claramente otimista admitida por ele mesmo.
O que diz o setor imobiliário
A visão de Doria sobre os impactos da reforma na economia seguiu a avaliação de Rubens Menin. “Ou pegamos o caminho do crescimento ou adeus”, afirmou. Além disso, Menin criticou a elite brasileira por ser “acomodada”. “Cada um tem que colocar a reforma debaixo do braço e ser porta-voz dela”, chamando a plateia à mobilização.
Para o presidente da ABRAINC, a aprovação da reforma pode trazer recursos com o dinheiro da economia para o setor imobiliário “O déficit da Previdência corresponde aos recursos necessários para zerar o déficit habitacional de 7,7 milhões de moradia em nove meses”, disse Luiz França.