Por Steve Holland e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - Os principais conselheiros do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disseram nesta quinta-feira que a Rússia está por trás de esforços "abrangentes" para interferir nas próximas eleições norte-americanas, uma rejeição das negações de intromissão que o presidente russo, Vladimir Putin, fez diretamente a Trump.
A equipe de segurança nacional de Trump, inclusive o diretor de inteligência, Dan Coats, e o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, foram à sala de imprensa da Casa Branca para enfatizar que existe um grande empenho para proteger a integridade das eleições parlamentares de novembro e a eleição presidencial de 2020.
Trump expressou publicamente seu ceticismo a respeito de um papel russo na interferência eleitoral nos EUA, o que levou tanto democratas quanto republicanos a acusá-lo de estar ignorando uma ameaça à democracia do país.
"Tenho grande confiança em minha equipe de inteligência, mas direi a vocês que o presidente Putin foi extremamente poderoso e forte em sua negação hoje", disse Trump depois de conversar com Putin em Helsinque, na Finlândia, no dia 16 de julho.
Mas Coats, Bolton, o diretor do FBI, Christopher Wray, a secretária de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, e o diretor da Agência Nacional de Segurança, Paul Nakasone, disseram que a Rússia tem culpa, além de outras entidades estrangeiras.
"Nosso foco aqui hoje é simplesmente dizer ao povo americano que reconhecemos a ameaça, ela é real, é contínua, e estamos fazendo tudo que podemos para ter uma eleição legítima", disse Coats, acrescentando: "Ela é abrangente, está em andamento, com a intenção de... criar uma cisão e minar nossos valores democráticos."
As atividades cibernéticas ilegais incluem esforços criminosos para impedir votações e proporcionar fundos de campanha ilegais, ataques cibernéticos contra a infraestrutura eleitoral e invasões de computadores visando autoridades eleitas e outros, disseram autoridades dos EUA.
"Quanto ao envolvimento russo nas eleições de meio de mandato, continuamos a ver uma mensagem de campanha abrangente da Rússia para tentar enfraquecer e dividir os Estados Unidos", afirmou Coats. "Continuaremos a monitorar e alertar para tais esforços".
Coats disse que o esforço de intromissão da Rússia chegou ao próprio Kremlin. Ele não deu detalhes.
"A Rússia tem usado inúmeras maneiras pelas quais eles querem influenciar, através da mídia, mídia social, através de atores que eles contratam, através de proxies - todos os itens acima, e potencialmente mais", afirmou ele.