Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Parentes de policiais militares do Rio de Janeiro protestavam na porta de alguns batalhões da corporação em todo o Estado nesta sexta-feira, mas apesar das manifestações, seguidas de bloqueios da entrada em alguns casos, a situação era considerada controlada pela Polícia Militar.
A PM confirmou os protestos, mas informou que em boa parte das unidades as viaturas estavam indo para as ruas normalmente. As manifestações ocorreram em cerca de 30 batalhões do Estado.
Os protestos já foram registrados em batalhões da PM na capital, baixada fluminense, região metropolitana e interior do Estado. Na baixada, houve até uma pequena confusão entre um PM e a mulher de um policial na porta de um batalhão.
Em uma outra unidade da PM, policiais tiveram que usar uma escada manual para conseguirem deixar o local. Para evitar inconvenientes e problemas com as mulheres de policiais que protestam, em algumas unidades a troca de turno, refeições e abastecimento estavam sendo feitos na rua.
Na maioria dos protestos, as mulheres carregavam faixas e cartazes fazendo alusão à crise financeira no Estado que impacta o pagamento de salários e prêmios aos policiais.
“Felizmente, o movimento está com pouca força e sem maiores repercussões na cidade e no Estado”, disse à Reuters o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão.
Desde o começo da semana havia rumores nas redes sociais de que a PM do Rio poderia parar nesta sexta em razão da insatisfação com a política salarial do Estado, repetindo o que vem acontecendo no Espírito Santo, onde familiares dos policiais bloqueiam a saída de viaturas dos batalhões.
A ausência de policiais nas ruas do Espírito Santo gerou cenas de violência e anarquia, além de mais de 100 mortes, segundo um sindicato da categoria. O governo do Estado pediu ajuda das Forças Armadas e Força Nacional de Segurança para reforçar o patrulhamento das ruas.
“As autoridades militares acham que não há risco de se repetir aqui o que ocorreu no Espírito Santo”, afirmou Pezão à Reuters.
No meio da semana o governador a cúpula da Segurança Pública do Rio para analisar os rumores e anunciou medidas para a corporação. "Nós reunimos a cúpula essa semana e atuamos para identificar os boatos. Sempre achamos que isso não ia acontecer", acrescentou o governador à Reuters.
As manifestações começaram na noite de quinta-feira em batalhões do interior do Estado e se repetiram em outras unidades da região metropolitana.
Ainda de madrugada, o porta voz da PM divulgou um apelo nas redes sociais para que o movimento não ganhasse volume.
"Estamos cientes das manifestações, mas é fundamental não esquecer o que acontece no Estado vizinho do Espírito Santo... sabemos que nossa situação é difícil e complexa, mas não podemos permitir que esse cenário de barbárie chegue às nossas casas e famílias", disse o major Ivan Blaz.
Tropas da PM estão de prontidão para atuar em caso de alguma ocorrência mais grave no Estado durante os protestos.