Por Aluísio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A Fitch pode tomar uma ação positiva do rating brasileiro rapidamente, caso haja sinais concretos de medidas que apontem para uma redução do endividamento do país nos próximos anos, disse nesta quinta-feira o diretor da agência de classificação de risco no Brasil, Rafael Guedes.
“Podemos tomar uma ação rápida, mas não como repercussão de declarações apenas. Teriam que ser aprovadas medidas no Congresso, por exemplo”, disse Guedes em entrevista por telefone à Reuters.
A Fitch rebaixou mais cedo o rating soberano do Brasil de "BB+" para "BB (SA:BBAS3)", colocando a nota do país ainda mais dentro do grau especulativo.
A perspectiva para o rating é negativa, o que significa que novos cortes da nota poderão ocorrer adiante.
Segundo Guedes, a deterioração rápida e intensa da economia brasileira nos últimos meses está fazendo o país enfrentar uma situação parecida com a da Argentina durante a crise de 2001, quando a Fitch cortou a nota do país seis vezes.
Para Guedes, embora haja a formação de expectativas econômicas positivas no mercado para um novo governo, diante do andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, para a Fitch isso por si só não teria nenhum impacto no rating do país, a menos que ocorra melhora consistente na gestão da política econômica.