VENEZUELA (Reuters) - Dois parlamentares da Venezuela disseram ter sido agredidos nesta segunda-feira por soldados que impediam um protesto contra o presidente Nicolás Maduro, durante o qual opositores permaneceram sentados, e um deles foi atirado em um bueiro.
Juan Requesens e Miguel Pizarro, ambos do partido Primeiro Justiça e defensores da desobediência civil, foram cercados por soldados da Guarda Nacional quando chegaram a uma via em Caracas que manifestantes vinham tentando ocupar desde a madrugada.
Requesens disse ter sido empurrado para dentro de um bueiro aberto, e imagens de televisão o mostraram saindo machucado e irritado, enquanto Pizarro afirmou ter sido atingido por um escudo e esmurrado no rosto.
"Será que a Guarda Nacional enlouqueceu ou o quê?", disse Requesens a repórteres no local enquanto apoiadores o ajudavam a sair do bueiro. "Apesar de toda esta violência, iremos ficar nas ruas."
Os adversários de Maduro estão no terceiro mês de protestos para exigir eleições gerais, a libertação de ativistas presos, ajuda humanitária do exterior e autonomia para a Assembleia Nacional, controlada pela oposição.
O governo classifica os manifestantes como golpistas violentos apoiados pelos Estados Unidos, e as forças de segurança contiveram as manifestações sem hesitação nos últimos dias. Nesta segunda-feira os policiais usaram gás lacrimogêneo para dispersar grupos de manifestantes em várias partes da capital.
Ao menos 65 pessoas já morreram nos tumultos desde o início de abril, e centenas mais ficaram feridas. Cerca de 3 mil pessoas foram presas e aproximadamente um terço delas permanece na prisão, segundo o grupo de direitos humanos Penal Forum.
Requesens e Pizarro são parlamentares jovens vistos frequentemente na linha de frente dos protestos e próximos de confrontos que transmitem ao vivo nas redes sociais.
(Por Andrew Cawthorne)