RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo do presidente Michel Temer discutirá ainda neste mês com vários órgãos a criação de um plano nacional de segurança, disse nesta sexta-feira o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que admitiu a possibilidade de tropas federais permanecerem no Rio de Janeiro após as eleições municipais.
Segundo ele, esse plano nacional deve ser debatido no próximo dia 28 com entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Polícia Federal além de outros ministérios, órgãos e instituições.
Jungmann destacou que esse movimento está sendo liderado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármem Lúcia.
“A discussão de um plano emergencial para a área de segurança se faz extremamente necessária e a ideia é atribuir responsabilidades e metas para cada um dos participantes”, disse ele a jornalistas em evento no Rio de Janeiro.
“Nessa força-tarefa no Conselho Nacional de Justiça estão STF, Polícia Federal, Abin e outros órgãos para a criação de um plano emergencial de segurança, e vamos atribuir responsabilidades e discutir medidas no dia 28.”
A escalada da violência e da criminalidade no país tem chamado a atenção do governo federal, que se encontra em estado de alerta. Um dos casos mais emblemáticos é o do Estado do Rio de Janeiro, que em uma só semana viu deixarem os cargos o secretário de segurança José Mariano Beltrame e o chefe da Polícia Civil, Fernando Velloso.
"O problema de segurança dos Estados e do Rio de Janeiro deriva da situação fiscal e é só ver que o declínio e deterioração das contas... isso leva a uma redução além do suportável de recursos para fim de segurança”, avaliou Jungmann.
”Há uma preocupação pontual, mas de emergência e importância com o Rio de Janeiro pela importância do Estado e pelo pedido do governo do Estado”, afirmou o ministro.
Há algumas semanas, o Estado formalizou um pedido para que tropas federais permaneçam no Rio de Janeiro após as eleições. Homens da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas atuaram na Olimpíada e Paralimpíada e os militares permaneceram para trabalhar nas eleições municipais.
O ministro sinalizou que o pedido de ajuda à União feito pelo Rio de Janeiro deve ser aceito, mas não deu detalhes. A tendência é que homens da Força Nacional de Segurança Pública voltem a atuar no Estado e que as Forças Armadas também colaborem, mas não obrigatoriamente de forma ostensiva como nos Jogos e nas eleições.
”Qualquer tipo de resposta deve ser feita de forma articulada, em conjunto com forças de segurança do Rio, da polícia, da nossa inteligência e da Força Nacional”, declarou Jungmann.
“De uma forma integrada que teve sucesso na Olimpíada, não na mesma escala, a tendência é que seja dada uma resposta positiva (ao Rio)”, finalizou.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)