BRASÍLIA (Reuters) - A medida provisória a ser editada pelo governo federal nesta semana para declarar situação de emergência social em Roraima por conta da situação dos refugiados venezuelanos irá aumentar recursos e efetivos das forças civis e militares para controlar e entrada de novos imigrantes, afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, nesta quarta-feira.
O presidente Michel Temer reuniu nesta quarta, no Palácio do Planalto, os ministros da Justiça, Torquato Jardim, do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, e da Defesa, além dos ministros palacianos Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, para tratar da situação em Roraima.
A medida provisória que criará a figura da emergência social deve ser publicada na quinta ou na sexta.
"A partir da determinação do presidente da República e da medida provisória que vai instituir a emergência social na fronteira e em Roraima, as Forças Armadas passarão a coordenar toda a ação", disse Jungmann.
Na segunda-feira, em visita a Boa Vista, Temer afirmou que não faltariam recursos para ajudar na situação dos venezuelanos. [nL2N1Q216S]
Segundo Jungmann, as Forças Armadas irão dobrar o efetivo no Estado, enviar um hospital de campanha e criar um centro de triagem para a entrada dos venezuelanos. Além disso, irá ampliar o controle das fronteiras pelo interior do Estado, especialmente na região de Pacaraima.
"Estamos criando outros postos de controle no interior de Roraima. Não vamos ficar apenas na fronteira, temos já um pessoal lá, também vamos colocar pessoal e controle no interior para fazer esse processo de triagem", disse Jungmann. "Vamos ampliar o controle dessa fronteira".
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que o controle não será para impedir a entrada dos venezuelanos, mas para fazer uma triagem.
"Seria fazer uma seleção para saber quem está chegando e que tipo de ajuda cada um precisa. Uns precisam de assistência médica, outros já são mais qualificados para conseguir emprego. Então saber quem está chegando e como pode ser útil dentro da própria comunidade de venezuelanos que chegam ao Brasil", disse.
Segundo o ministro, o governo também vai tentar adiantar uma audiência pública sobre a construção da linha de transmissão de energia elétrica Manaus-Boa Vista, atualmente marcada para 14 de março, para adiantar o início das obras. Hoje Boa Vista ainda depende da cada vez mais problemática energia vinda da Venezuela.
"Nós vamos tomar outras medidas que já estão em andamento para facilitar a vida do roraimense, porque não é cuidar apenas do imigrante venezuelano, é cuidar também da população de Roraima", disse.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)