SÃO PAULO (Reuters) - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a Lava Jato é formada por uma "teia criminosa" e que nos dois anos de atuação da operação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), completados nesta segunda, o Ministério Público avançou no combate à corrupção.
Em balanço da atuação da PGR na Lava Jato, divulgado no site da instituição, o Ministério Público Federal afirmou ter apresentado 20 denúncias junto ao STF no âmbito da Lava Jato contra 59 acusados.
"A teia criminosa se divide em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes", disse Janot.
"Não só avançamos nessa área temática (combate a corrupção), com desenvolvimento de técnicas de investigação e definição de estratégias, como tivemos mais agilidade nos trâmites dos processos de pessoas com prerrogativa de foro", disse o procurador-geral.
A PGR afirma que das 20 denúncias apresentadas, cinco foram recebidas pelo Supremo. O balanço da atuação dos procuradores junto ao Supremo na Lava Jato vem em um momento de questionamentos sobre a diferença no número de ações penais e condenações no âmbito da operação na primeira instância e no Supremo.
Esses questionamentos se dão em meio ao debate sobre a prerrogativa de foro que parlamentares, ministros, entre outros têm junto ao STF.
O balanço é feito também às vésperas de Janot apresentar um esperado grande número de pedidos de inquéritos ao STF com base nas delações premiadas de executivos da Odebrecht.
(Por Eduardo Simões)