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Japão diz que Coreia do Sul ameaça laços se questionar acordo sobre "mulheres para conforto"

Publicado 27.12.2017, 11:47
© Reuters. Estátua representa mulheres sul-coreanas forçadas a trabalhar em bordéis militares japoneses em períodos de guerra durante prontesto contra o Japão, em Seul

Por Hyonhee Shin

SEUL (Reuters) - O Japão disse nesta quarta-feira que qualquer tentativa de Coreia do Sul de revisar um acordo de 2015 que foi firmado para resolver uma disputa a respeito das "mulheres para conforto", forçadas a trabalhar nos bordéis japoneses nos tempos de guerra, tornaria as relações "inadministráveis" depois de Seul dizer que o acordo fracassou.

Os dois aliados dos Estados Unidos, que compartilham uma história amarga que inclui uma colonização japonesa, são essenciais para os esforços internacionais para conter os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, que o país desenvolve desafiando resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

A ministra das Relações Exteriores sul-coreana, Kang Kyung-wha, pediu desculpas pelo pacto controverso nesta quarta-feira, quando uma comissão que investigou as negociações que levaram ao acordo divulgou seus resultados.

A investigação concluiu que a disputa relativa às "mulheres para conforto", um eufemismo japonês para as milhares de meninas e mulheres, muitas delas coreanas, obrigadas a trabalhar em bordéis nos tempos de guerra, não pode ser "fundamentalmente resolvida" porque a exigência de compensação legal das vítimas não foi atendida.

A Coreia do Sul quer que o Japão assuma a responsabilidade legal e providencie a devida indenização.

O chanceler japonês, Taro Kono, disse que o acordo de 2015, que inclui um fundo equivalente a 8,8 milhões de dólares para ajudar as vítimas, resultou de "negociações legítimas", alertando que qualquer emenda poderia complicar as relações.

"Se (a Coreia do Sul) tentar revisar o acordo que já está sendo implementado, isso tornaria os laços do Japão com a Coreia do Sul inadministráveis, e isso seria inaceitável", disse Kono em um comunicado.

Kang se desculpou por "causar feridas nos corações das vítimas, suas famílias, a sociedade civil que as apoia e todas as outras pessoas porque o acordo não conseguiu refletir suficientemente uma abordagem orientada para as vítimas, que é o padrão universal para se resolver questões de direitos humanos".

© Reuters. Estátua representa mulheres sul-coreanas forçadas a trabalhar em bordéis militares japoneses em períodos de guerra durante prontesto contra o Japão, em Seul

Conforme o pacto, endossado pelo antecessor do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e pelo premiê japonês, Shinzo Abe, o Japão pediu desculpas às ex-mulheres para conforto e providenciou o fundo para ajudá-las.

As partes concordaram que a questão seria "resolvida irreversivelmente" se ambos cumprissem suas obrigações.

O governo da Coreia do Sul estudará o resultado da investigação e o traduzirá em políticas depois de consultar as vítimas e grupos civis que as apoiam, informou Kang.

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