Por Mitra Taj e Mariana Bazo
LIMA (Reuters) - O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, defendeu o indulto que concedeu a Alberto Fujimori na segunda-feira como uma clemência justificada a um homem doente, cujo governo autoritário ajudou o país a progredir na década de 1990, depois que peruanos protestaram pelo segundo dia.
Dirigindo-se aos peruanos pela primeira vez após perdoar Fujimori na véspera do Natal, Kuczynski pediu que aqueles que estavam protestando contra sua decisão "virassem a página" e a aceitassem.
O indulto levou o governo de centro-direita de Kuczynski a uma nova crise política, menos de uma semana depois que o Congresso quase o retirou do poder no auge de um escândalo de corrupção.
Mais cedo na segunda-feira, a polícia jogou gás lacrimogêneo para dispersar multidões no centro de Lima no segundo dia de protestos, enquanto um terceiro parlamentar anunciou que estava deixando o partido de Kuczynski.
Fujimori, que tem 79 anos assim como Kuczynski, é uma figura profundamente polêmica no Peru. Enquanto muitos o consideram um ditador corrupto, outros lhe dão crédito por encerrar uma grave crise econômica e por reprimir uma rebelião de esquerda durante sua década no poder.
O indulto liberou Fujimori de condenações por corrupção e violações de direitos humanos, após cumprir 12 anos de uma pena de 25 anos de prisão.