SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender nesta segunda-feira a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos, e disse que o país deve aproveitar sua vigência para reduzir a carga tributária.
“Eu acredito que o Estado brasileiro não deveria representar a carga tributária de 35 por cento das nossas riquezas", disse para uma plateia de empresários em São Paulo. "A gente tem que trabalhar para no médio e longo prazo, no prazo da PEC, 20 anos, para a gente caminhar para que o Estado brasileiro represente no máximo 20 a 25 por cento das nossas riquezas."
Maia aproveitou para fazer um apelo por apoio ativo dos empresários à PEC dos gastos e outras reformas, e mostrou otimismo com a economia, dizendo que o próximo ano será melhor que este e projetou um crescimento econômico de 3 a 4 por cento em 2018.
Em sua apresentação, o presidente da Câmara disse ainda que é preciso enfrentar os problemas do país com coragem e acusou os governos do PT de enganarem os mais pobres, pela herança ruim deixada.
"Eu até estava em um almoço outro dia e uma pessoa falou: 'é, mas o governo do PT governou para os mais pobres'. E eu falei 'mas governou onde para os mais pobres? Enganou os mais pobres durante alguns anos, porque o que deixou de herança, né, não foi bom... se fosse feito uma política estrutural, nós não estaríamos na posição que nós estamos."
COMUNICAÇÃO DO GOVERNO
Questionado durante o evento sobre reportagem do fim de semana segundo a qual o Planalto estaria incomodado com suas gestões interinas nas viagens do presidente Michel Temer, Maia disse que quem deveria falar pelo governo era apenas o presidente ou seu porta-voz, e que quanto menos o Palácio falasse melhor seria para o Brasil.
Em entrevista coletiva após o evento, Maia procurou explicar sua declaração e aparar possíveis arestas com os ministros palacianos Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
“O que eu quero dizer é o seguinte: os ministros do Planalto mais o presidente, e essa é a preocupação dos três, que o Palácio tem que parar com esse negócio ‘que o Palácio do Planalto falou isso’, porque quem fala é o governo, os seus ministros e o seu porta-voz", disse. "Ou fala o Geddel, ou fala o Eliseu ou fala o porta-voz ou fala o presidente.”
(Reportagem de Thaís Freitas)