Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu nesta quarta-feira um caminho aberto para a reeleição, com partidos religiosos de direita certamente garantindo-lhe uma maioria parlamentar, e seu principal adversário admitindo derrota.
Com mais de 99 por cento dos votos apurados --cédulas preenchidas por soldados em bases militares serão contabilizadas nos próximos dois dias-- o partido conservador Likud, de Netanyahu, estava a caminho de obter apoio suficiente para controlar 65 dos 120 assentos do Knesset e ser nomeado para dirigir o próximo governo de coalizão. Esse seria o quinto mandato para Netanyahu como primeiro-ministro.
Em pronunciamento televisionado, Yair Lapid, número dois do partido centrista Azul (SA:AZUL4) e Branco liderado pelo ex-chefe das Forças Armadas Benny Gantz, disse: "Não ganhamos dessa vez. Faremos da vida do Likud um inferno na oposição."
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que Netanyahu retratou em outdoors de campanha para destacar seu relacionamento próximo, telefonou para parabenizá-lo pela reeleição, disse o líder israelense, acrescentando que agradeceu ao aliado norte-americano pelo “enorme apoio a Israel”.
Trump disse a repórteres na Casa Branca que a reeleição de Netanyahu, melhora as chances de paz entre Israel e os palestinos. "Ele tem sido um grande aliado e é um amigo. Eu gostaria de parabenizá-lo por uma eleição bem pensada."
Uma equipe liderada pelo assessor e genro de Trump, Jared Kushner, está trabalhando em um plano de paz israelo-palestino, mas não divulgou detalhes. Palestinos, irritados com o que vêem como uma parcialidade pró-Israel da parte de Trump, rejeitam o plano.
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, disse no Twitter que começará a se reunir na próxima semana com partidos políticos que conquistaram assentos parlamentares para saber quem eles apoiam como primeiro-ministro.
Nas sessões, que Rivlin disse que serão transmitidas ao vivo “para garantir transparência”, ele escolherá o líder de um partido para tentar formar uma coalizão, dando ao candidato um prazo de 28 dias, com a possibilidade de uma extensão de duas semanas, caso necessário.
A acirrada disputa eleitoral foi amplamente vista em Israel como um referendo sobre o caráter e o governo de Netanyahu, que enfrenta alegações de corrupção. Ele enfrenta uma possível acusação em três casos de propina, e nega ter cometido irregularidades em todos eles.
Apesar disso, Netanyahu ganhou quatro assentos em relação ao atual governo de coalizão, de acordo com uma planilha publicada pelo Comitê Eleitoral Central com os partidos que conquistaram votos suficientes para entrar no próximo parlamento.
"É uma noite de vitória colossal", disse Netanyahu, de 69 anos, em um discurso tarde da noite na sede do Likud após a votação de terça-feira, sob gritos da multidão de apoiadores e o barulho de fogos de artifício.
Os principais índices da bolsa de valores de Tel Aviv subiram em quase 1 por cento nesta quarta-feira, mostrando confiança em um primeiro-ministro cujo governo fez a economia funcionar e enfrentou diversos desafios de segurança, incluindo da Síria.
Agora, Netanyahu parece a caminho de se tornar o primeiro-ministro israelense mais longevo em julho, ultrapassando o fundador do país, David Ben-Gurion. No entanto, isso pode não ocorrer se acusações criminais forem apresentadas, forçando sua remoção.