O governo postou um trecho editado da entrevista em que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamou de monstros bebês concebidos a partir de um estupro. A declaração ocorreu durante entrevista à rádio CBN na última segunda-feira, 18.
Na ocasião, Lula criticou o projeto de lei que equipara o aborto realizado após 22 semanas ao crime de homicídio e disse que era necessário encarar o tema como "questão de saúde pública".
A fala causou repercussão negativa para o petista, inclusive com críticas de opositores à presidência. O governo editou o vídeo e postou o trecho modificado nas redes sociais oficiais.
Confira clicando aqui.
"Uma menina de 10, 11, 12 anos primeiro esconde. Ela não quer que o pai saiba, ela não quer que a mãe saiba, ela esconde todo mundo. Quando vai cuidar, já está adiantado. É crime, crime hediondo, um cidadão estuprar uma menina de 10, 12 anos e depois querer que ela tenha um filho, um filho de um monstro. É preciso, de forma civilizada, a gente discutir. As crianças estão sendo violentadas dentro de casa. Isso é um debate maduro que envolve a sociedade, nós temos que respeitar as mulheres. Elas têm o direito de ter um comportamento diferente e não querer. Por que uma menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? E nós estamos retrocedendo nessa discussão, estamos voltando atrás. O que é triste é que um deputado apresenta um Projeto de Lei em que o estuprador pode pegar uma pena menor do que a estuprada. O que que é isso?"
Na versão sem cortes, após Lula dizer que as mulheres possuem o direito de ter um "comportamento diferente e não querer" prosseguir com a gestação, ele questiona "que monstro vai sair do ventre dessa menina?".
A deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, também compartilhou o conteúdo seu perfil no Instagram.
"Lula está certo quando frisa que o aborto deve ser tratado como tema de saúde pública. Além de ser um assunto que deve ser debatido com seriedade pela sociedade e o Congresso. Criança não é mãe e não podemos criminalizar mulheres que sofreram uma violência inimaginável", escreve Gleisi.