BRASÍLIA (Reuters) - O relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), disse nesta quarta-feira que continua prevendo a aprovação da proposta no primeiro semestre, mas ponderou que poderá ser necessário voltar a todas as bancadas para conversar sobre o texto.
Com isso, sinalizou que a votação da medida, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem, pode ser adiada novamente.
"Penso que realmente talvez seja necessário, por exemplo, que eu volte a todas as bancadas para repetir aquela conversa", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de isso atrasar a tramitação da reforma da Previdência e a sua votação na comissão especial da Câmara, marcada para terça-feira que vem, Oliveira Maia disse não saber quando exatamente serão as conversas, pois dependem também da iniciativa dos líderes dos partidos.
Falando a jornalistas, o deputado avaliou que muitos ainda não conhecem seu relatório, razão pela qual acertou em reunião mais cedo com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que seja criado um canal para esclarecimento de pontos da reforma para que haja "compreensão e aceitação melhor do texto".
O relator também afirmou que não considera uma derrota para o governo o fato de os deputados terem, na véspera, retirado exigência de aumento da contribuição previdenciária dos servidores estaduais para os Estados que aderirem ao regime de recuperação fiscal. Para o deputado, a reforma da Previdência é outro assunto e deverá ser apreciada como tal.
"Ali (no projeto de recuperação fiscal dos Estados) você está tratando de questão referente a leis estaduais. Quando você traz para o plenário um assunto que tem repercussão direta na legislação estadual, é muito natural que alguns deputados decidam de acordo com a realidade do seu Estado."
Oliveira Maia disse ainda ter ficado "muito positivamente impressionado" com o apoio recebido de governadores em relação à reforma da Previdência em reunião na terça-feira.
Nesta quarta-feira, o dólar subia e encostava em 3,20 reais em meio à preocupação dos investidores com o andamento das reformas no Brasil, em especial a da Previdência, após o governo do presidente Michel Temer ter sofrido a derrota no projeto de recuperação fiscal dos Estados.
(Por Marcela Ayres)