Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - Policiais que protestavam contra a reforma da Previdência tentaram invadir o Congresso pela entrada principal, nesta terça-feira, causando um quebra-quebra e adicionando mais tensão ao já polêmico tema.
Integrantes do governo apressaram-se em criticar o ocorrido. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu que não se pode “intimidar” diante de situações como a desta tarde.
“É uma atitude que não é correta, uma atitude que não colabora, que tenta criar um ambiente de medo na Câmara dos Deputados”, disse Maia a jornalistas.
"Vamos continuar o diálogo com os que querem o diálogo”, afirmou. “A gente não pode se intimidar e as pessoas não precisam pressionar dessa forma a Câmara para ter o diálogo.”
Os policiais protestaram ao longo do dia contra a reforma da Previdência, portando bandeiras com a sigla da UPB (União dos Policiais do Brasil), e vestindo camisetas contra a reforma da Previdência, dispuseram cruzes brancas no gramado em frente ao congresso.
Pouco antes das 16h, cerca de 500 manifestantes, segundo a assessoria de imprensa da Câmara, passaram a se dirigir para a entrada principal do Congresso, enquanto a segurança do Legislativo se posicionava com capacetes e escudos na parte de dentro do prédio, com as portas fechadas.
Os dois lados ficaram por alguns momentos frente a frente, até que uma das vidraças da porta foi quebrada. Logo depois, outras vidraças foram quebradas e puderam ser ouvidos ao menos três estouros de bombas de efeito moral.
O clima ficou tenso, e entre pessoas correndo, tossindo e lacrimejando, policiais legislativos orientavam funcionários da Casa a deixar o prédio principal da Câmara em direção aos anexos.
O líder do governo no Congresso, deputado Andre Moura (PSC-CE), afirmou que não é possível chegar a uma solução com “baderna” e que o governo se esforçou para atender as demandas da base.
Mais cedo, em apresentação a parlamentares aliados, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveria Maia (PPS-BA), havia definido para os policiais a idade mínima de 60 anos.
À tarde, no entanto, após se reunir com representantes e deputados ligados à categoria, afirmou que a ideia é alterar a idade mínima de policiais para 55 anos, temporariamente, para depois ser vinculada à dos militares.
O governo ficou de enviar uma proposta para definir as regras de aposentadoria para os militares, políciais e bombeiros militares. Oliveria Maia disse que o texto com a mudança na idade mínima ainda não está fechado.
Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, ninguém ficou ferido durante o tumulto desta tarde. Um dos manifestantes foi detido e posteriormente liberado, após assinar termo de compromisso de comparecimento à Justiça. 2017-04-18T215014Z_1_LYNXMPED3H1G0_RTROPTP_1_POLITICA-POLICIAIS-QUEBRAQUEBRA-CONGRESSO.JPG