Por Marcin Goettig e William James
VARSÓVIA (Reuters) - A Polônia ainda não chegou a um acordo com a Grã-Bretanha, que busca reduzir pagamentos de benefícios sociais aos imigrantes da União Europeia, disse a primeira-ministra polonesa, Beata Szydlo, nesta quinta-feira, em mais um golpe para a renegociação buscada pelo líder britânico, David Cameron, com o bloco de 28 membros.
O primeiro-ministro britânico prometeu reformar os laços da Grã-Bretanha com a União Europeia antes de um referendo sobre a permanência do país no bloco, que ele pretende realizar até o final de 2017, mas suas exigências no campo dos benefícios sociais têm se revelado um problema para os Estados-membros do Leste Europeu.
A oposição a essas demandas adiou os esforços de Cameron no que ele define como melhores condições para a Grã-Bretanha no bloco. Na semana passada, ele admitiu que não tem expectativa de cumprir sua meta de um acordo sobre as reformas numa reunião do Conselho Europeu no final deste mês.
Beata disse que a Polônia quer a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia e faria de tudo para apoiar o país, mas algumas questões requerem conversas mais aprofundadas.
"Há propostas do governo britânico claramente aceitáveis para nós", disse ela em uma coletiva de imprensa conjunta com Cameron, em Varsóvia, depois de uma reunião para discutir a renegociação britânica. "Há questões sobre as quais não há um acordo completo entre nós ... Isto é, entre outras, a questão da previdência social", acrescentou.
Beata não respondeu quando um jornalista britânico lhe perguntou se a Polônia jamais iria aceitar a proposta de Cameron de proibição de quatro anos para os imigrantes de dentro da UE receberem alguns dos benefícios da Grã-Bretanha.
O líder britânico disse que os fluxos migratórios e a pressão que exercem sobre os serviços públicos precisam ser avaliados. Os dois concordaram em trabalhar juntos para encontrar uma solução.
"Acredito que com o tipo de vontade política que tenho visto aqui, na Polônia, podemos encontrar um caminho", disse ele. "Vai levar tempo, mas sinto que há boa vontade para se chegar a um acordo."
Cameron tem dito que a Grã-Bretanha quer ficar em uma UE reformada, mas nada pode ser descartado se ele não conseguir as mudanças que pretende.
(Reportagem de Kylie MacLellan)