Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira, pouco antes do início da votação do julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff, que o processo de impeachment seguiu “fielmente” a Constituição e defendeu mudanças na lei que disciplina o impedimento do presidente da República.
Renan vinha tentando construir uma imagem de isenção, embora tenha mantido conversas tanto com Dilma quanto com o presidente interino Michel Temer, de seu partido. Na semana passada, chegou a protagonizar um bate-boca com a senadora petista Gleisi Hoffmann (PR), fiel defensora da presidente afastada.
“Estão aqui em comunhão, em hamornia absoluta, os três poderes da República”, disse Renan. “Estamos julgando o chefe do poder Executivo... é a unanimidade dos Poderes democráticos, os três Poderes, que juntos, estarão decidindo o futuro da nação”, disse o presidente do Congresso, que não votou nas deliberações anteriores do impeachment.
“É algo muito mais amplo e muito mais sólido do que maiorias momentâneas.”
Ao afirmar que respeitará “qualquer que seja a deliberação” do plenário, afirmou que não poderia se esquivar de defender uma mudança na lei do impeachment, considerada por ele “intrinsecamente desestabilizadora”.
“É imperioso aprimorar a legislação e abdicar do jeitinho brasileiro”, disse.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Lisandra Paraguassu)