Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Uma coalizão empresarial se reuniu com candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira e apresentou uma agenda para retomada do crescimento da economia, já de olho no cenário de vitória do capitão da reserva, que lidera as pesquisas de opinião.
Representantes dos setores siderúrgico, de máquinas e equipamentos, construção civil, químico e têxtil, além de comércio exterior e integrantes das indústrias de petróleo, gás e energia participaram do encontro, realizado na residência do presidenciável, em um condomínio do Rio de Janeiro.
"Fomos mais para nos colocar à disposição para ajudar o Brasil voltar a andar", disse o consultor da área de petróleo e gás, Adriano Pires, que participou do encontro. "Mas falamos também da importância de se manter o calendário de leilões (de áreas de petróleo e gás) e que a tarifa de energia está muito cara no Brasil", disse ele em entrevista à Reuters.
A coalizão quer um encontro com Paulo Guedes, indicado por Bolsonaro para comandar o ministério da Fazenda, logo na primeira semana após a eleição de domingo, na expectativa de que Bolsonaro seja eleito.
O porta voz do grupo, o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo Lopes, disse que a agenda para o crescimento do Brasil inclui reformas tributária e previdenciária, ajuste fiscal e abertura progressiva do Brasil ao comércio exterior mediante contrapartidas.
"Fomos falar com ao que tudo indica que será o futuro presidente, como indicam as pesquisas. Falamos dos temas prioritários para botar a roda para girar e gerar crescimento, emprego e bem estar", disse Lopes à Reuters.
"Foi um encontro excelente e a ideia é que tão logo passe a eleição a gente possa sentar com Paulo Guedes e interagir...Os motores da economia seriam a construção civil, que gera muito emprego, e a exportação, que está com capacidade enorme para operar lá fora", acrescentou.
Em nota à imprensa, o presidente-executivo da associação de fabricantes de máquinas e equipamentos (Abimaq), José Velloso, também defendeu "isonomia competitiva do setor produtivo" e afirmou que o próximo governo "tem que ter a clara noção de que o aumento da desigualdade social e da violência, a polarização da sociedade, o alto desemprego e o crescente desalento de nossa juventude não podem ser enfrentados sem a retomada do crescimento sustentado".
Mais cedo, pesquisa CNT/MDA indicou que Bolsonaro mantém grande vantagem sobre o adversário Fernando Haddad (PT) no segundo turno da disputa eleitoral. Com 57 por cento dos votos válidos, Bolsonaro firma-se como favorito para o pleito de domingo. Haddad obteve, segundo a pesquisa, 43 por cento dos votos válidos, quando se exclui os brancos e nulos.