(Reuters) - O presidente Michel Temer voltou a destacar neste domingo a necessidade de equilibrar as contas públicas para que o Brasil volte a crescer e, com isso, gerar empregos.
Em discurso durante encontro privado dos chefes de Estado e de governo dos Brics em Goa, na Índia, Temer afirmou que a responsabilidade fiscal é questão urgente no país uma vez que o desarranjo das contas públicas é "a causa-mor da crise que enfrentamos".
"A superação da crise econômica brasileira está desenhada: será a combinação da responsabilidade fiscal com a responsabilidade social", afirmou ele.
"No Brasil de hoje, responsabilidade social significa, antes de mais nada, empregos. Só teremos emprego com crescimento, e só teremos crescimento com o equilíbrio das contas públicas", completou.
No discurso, o presidente afirmou que em breve será enviado ao Congresso Nacional a proposta de reforma da Previdência, com o objetivo de eliminar privilégios, e lembrou o novo modelo de parcerias com o setor privado como fator de geração de empregos e melhora da infraestrutura.
"Já começamos a colher os frutos. O Brasil começa a entrar nos trilhos. As previsões para a economia brasileira em 2017 já melhoraram... Já é possível verificar positiva reversão de expectativas, com decidida elevação nos níveis de confiança dos agentes econômicos", completou Temer.
O presidente brasileiro também referiu-se à questão do terrorismo, manifestando solidariedade aos países do Brics --grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- que tenham sofrido ataques.
Também neste domingo, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou que os líderes dos países do grupo foram unânimes em reconhecer a ameaça apresentada pelo terrorismo às economias globais.
PROTECIONISMO
O presidente fez um apelo aos países que compõem o grupo para que se busquem soluções conjuntas para enfrentar os desafios. “Buscamos soluções que favoreçam o bem-estar de nossas populações. Esta é a vocação do Brics: comungar esforços para a construção de um mundo mais próspero e mais justo”, afirmou em discurso durante a sessão plenária.
Temer disse ainda que a parceria entre os países do grupo poderá fomentar a interação entre os empresários e criar maior integração da economias. O presidente ressaltou, no entanto, que barreiras sanitárias e fitossanitárias não devem ser utilizadas para fins protecionistas.
“No domínio comercial, podemos avançar na remoção de barreiras não tarifárias, como a simplificação de procedimentos aduaneiros e o reconhecimento mútuo de padrões e certificados”, afirmou.
(Por Camila Moreira)