Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer só deverá indicar o novo ministro da Justiça e Segurança Pública depois da aprovação pelo Senado do nome de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal (STF), informaram à Reuters fontes palacianas, e o próprio presidente, questionado quando o novo ministro será indicado, disse que levará "muitos dias".
Há uma disputa entre PMDB e PSDB pela vaga. O PMDB, partido do presidente, cobra a indicação do novo ministro, alegando que perdeu espaço para os tucanos com a troca de Geddel Vieira Lima (PMDB) por Antonio Imbassahy (PSDB). Já os tucanos também querem indicar o novo ministro, justificando que a Justiça já era da cota do partido. O próprio Planalto está dividido. Parte dos auxiliares de Temer defende que o ministério fique com o PSDB para garantir o apoio tucano. Há ainda quem aconselhe Temer a indicar alguém sem vinculação partidária.
"O presidente vai ter que arbitrar essa disputa antes de tomar uma decisão. Ele não tem pressa", disse uma fonte palaciana.
Após almoço com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, Temer disse a jornalistas que a escolha do sucessor de Moraes será "pessoal".
"Indicação do ministro da justiça vai ser pessoal é uma escolha muito importante", disse o presidente aos repórteres após o encontro com o líder argentino.
A sabatina de Alexandre de Moraes, indicado na segunda-feira para o STF, está marcada, em princípio, para o dia 22 deste mês na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Se aprovado, precisa ainda passar pela aprovação do plenário da Casa, o que costuma acontecer no dia seguinte ou até no mesmo dia.
O governo não prevê dificuldades para aprovar o nome de Moraes, mas a CCJ ainda precisa ser montada. O PMDB tem direito a indicar seu presidente, mas três senadores disputam a vaga e ainda não há um consenso.