Por Ricardo Brito e Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira, em evento de comemoração de um ano de gestão à frente do Palácio do Planalto, que o país já tem resultados concretos na “travessia” que lidera e que, agora, já há uma retomada do crescimento crescimento econômico.
"Completamos hoje nosso primeiro ano de governo, com a certeza de que estamos no caminho certo", disse Temer, em discurso durante reunião ministerial com a presença de 25 dos 28 ministros, parlamentares e dirigentes de bancos, estatais e empresas de economia mista. Os ministros que não estavam presentes foram representados por secretários-executivos.
O presidente assumiu interinamente o comando do país no dia 12 de maio, após o Senado ter determinado o afastamento da então presidente Dilma Rousseff. A petista foi condenada pelo Senado
no dia 31 de agosto, quando Temer foi efetivado no comando do país.
Para Temer, se está chegando ao final de uma “longa recessão” e começa a preparação de uma nova fase de desenvolvimento, com ótimos motivos para se manter a confiança.
“Tenho a felicidade de liderar a travessia e eu farei, é o meu dever", disse. "Este ano vivido, estamos comemorando um ano, comemorando não, registrando um ano, foi intenso e o saldo, como puderam verificar, o saldo é positivo.”
Em pronunciamento de 23 minutos, o presidente listou uma série de feitos, como os saques das contas inativas do FGTS, a queda da inflação e o reajuste acima da inflação do programa Bolsa Família.
Ele também elogiou a parceria que manteve no período com o Congresso que permitiu a aprovação do teto dos gastos públicos. "Hoje, o Legislativo não é um apêndice, e sim parte integrante do governo."
Temer voltou a defender as reformas trabalhista e da Previdência e prometeu realizar uma modernização tributária.
"A tarefa mais importante nos próximos dias é salvar a Previdência", disse. "Já avançamos, à base de muito diálogo e bom senso", acrescentou, garantindo não ter dúvidas que a matéria será aprovada pelos parlamentares, a quem fez questão de elogiar.
Em um dos dois momentos em que foi aplaudido, Temer citou o caso de uma aposentada fluminense que há três meses não recebia o benefício. “Não deixaremos o Brasil chegar a esse ponto.”
EMPREGO
O presidente disse que o desemprego foi a “pior herança” que recebeu, mas prometeu que em breve ele vai começar a ceder. Atualmente, segundo último dado do IBGE, há 14,2 milhões de desempregados no país, um recorde.
Primeiro a falar após uma breve abertura de Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, fez um rápido balanço das iniciativas do governo adotadas até agora e ainda destacou matérias que deverão ser votadas no segundo ano de governo, como o marco da mineração e as novas leis de licenciamento ambiental e de saneamento. Segundo ele, iniciativas como essa vão ajudar no retorno do emprego.
“Com essas medidas vamos estar dando passos importantes no rumo da política que o senhor determinou, de fazer com que o Brasil se torne um país próspero e um país que pudesse ter geração de empregos, que pudesse debilitar ou até excluir o número de desempregados que temos hoje, 14 milhões de brasileiros”, disse, em discurso.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também afirmou que o desemprego ainda deve crescer no país, já que tem uma reação mais lenta à retomada da economia, mas repetiu que "inevitavelmente" começará a cair a partir do segundo semestre.
Meirelles afirmou que o país já voltou a crescer, mas ainda sofre efeitos da contração econômica.
“Estamos ainda vivendo os efeitos da recessão. O desemprego está elevadíssimo, deve crescer ainda um pouco porque tem uma reação um pouco mais lenta à retomada da economia, mas inevitavelmente começa a cair o desemprego a partir do segundo semestre."
O ministro da Fazenda defendeu que a aprovação da emenda à Constituição que impôs um teto ao limite de gastos públicos foi fundamental para dar previsibilidade à economia brasileira, permitindo um resgate da confiança nos fundamentos do país.
"Agências de classificação de risco já começam a considerar hipótese de melhorar a nota do país, o que é importante", afirmou.
O primeiro vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que o governo não apelou no período para o “populismo” e atuou com “muita ousadia, coragem e sobretudo responsabilidade com o futuro do Brasil” sem buscar soluções fáceis do ponto de vista fiscal.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também destacou que o governo e o Congresso decidiram, conjuntamente, fazer as reformas de forma a sair da política econômica fácil de equilibrar o caixa do governo por meio do aumento de impostos.
“Hoje a sociedade aprova as nossas reformas e vai com certeza aprovar a reforma da Previdência”, disse Maia, que reafirmou o compromisso com a agenda, que destacou não ser do governo, mas de compromisso com o Brasil. 2017-05-12T165547Z_1_LYNXMPED4B1KF_RTROPTP_1_POLITICA-TEMER-PRIMEIROANO.JPG