📈 Pronto para levar os investimentos a sério em 2025? Dê o primeiro passo com 50% de desconto no InvestingPro.Garanta a oferta

Terceira denúncia contra Temer não terá efeito prático sobre mandato do presidente

Publicado 20.12.2018, 20:29
© Reuters. .

BRASÍLIA (Reuters) - A terceira denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada na quarta-feira pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não terá efeitos práticos sobre o mandato do emedebista, já que o Congresso encerra suas atividades nesta semana e o ritual exigido para o avanço do processo toma mais tempo do que os 12 dias que restam ao denunciado à frente do Executivo.

Na própria quarta-feira o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), descartou a possibilidade de a denúncia contra o presidente da República ser votada pelos deputados.

“Aqui o plenário acaba na quinta-feira com uma sessão de acordos internacionais. Só o trâmite de uma denúncia, tem que passar na CCJ, um prazo de cinco sessões, me parece inviável que se possa votar algo nesse momento”, disse Maia a jornalistas. “Aqui é praticamente impossível votar.”

Raquel Dodge denunciou Temer e outras cinco pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro no chamado inquérito dos portos.

A denúncia é resultado de uma investigação instaurada para apurar irregularidades na edição de decreto, em maio de 2017, que beneficiou empresas do setor portuário, com destaque para o Grupo Rodrimar, que opera no porto de Santos, de acordo com comunicado da PGR.

Em evento no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, Temer disse que a situação o "chateia".

“Eu tive uma vida muito enaltecida, mas, apesar de tudo, uma vida discreta", disse o presidente. "Portanto, quando vêm os ataques de natureza moral, daí que realmente isso me chateia, me aborrece. A única coisa que me aborrece. No mais, só posso orgulhar-me do que fiz ao longo do tempo.”

Como a terceira denúncia contra Temer refere-se a um crime comum --e não de responsabilidade, que poderia gerar todo um processo de impeachment como o ocorrido com a ex-presidente Dilma Rousseff-- cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) cuidar do caso. Antes, no entanto, a Câmara dos Deputados precisa autorizar o tribunal a levar o processo adiante.

Essa autorização obedece um rito com prazos bem definidos de tramitação, algo impossível de se executar antes do final do mandato de Temer, já que o Congresso encerra suas atividades nesta sexta, após ter concluído a votação do Orçamento de 2019 na noite da quarta-feira.

Pelas regras, ao chegar na Câmara, a denúncia contra um presidente da República é encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa após a notificação do acusado.

Na CCJ, é conferido um prazo máximo de dez sessões para a manifestação da defesa. Depois, é aberto um novo prazo, de cinco sessões, para que o relator do caso na CCJ apresente um parecer --que pode ser pelo arquivamento, ou pelo acolhimento da denúncia.

Esse parecer precisa ser votado pela comissão, e então segue ao plenário. Uma vez recebido pela Mesa Diretora da Câmara, o parecer da CCJ deverá ser incluído na ordem do dia da sessão seguinte. A autorização para o STF julgar a acusação precisa ser dada por 342 dos 513 deputados.

A Câmara chegou a ter uma sessão nesta quinta-feira, esvaziada. O Senado encerrou seus trabalhos na quarta-feira.  O Congresso entra em recesso na sexta-feira e só retoma as atividades em fevereiro, quando ocorrem sessões preparatórias para a posse de novos deputados e eleição das Mesas Diretoras das duas Casas.

Temer conseguiu evitar que a Câmara autorizasse o Supremo a julgar duas denúncias contra ele no ano passado.

© Reuters. .

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.