O atual prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), foi reeleito no primeiro turno e terá mais quatro anos à frente da prefeitura da capital catarinense. Com 91,80% das urnas apuradas, detinha 58,68% dos votos válidos. O segundo colocado era Marquito (Psol), que tinha 22,29%.
A vitória demonstra a força da composição do centro com a direita, principalmente na região Sul do País, e coloca elementos adicionais para a disputa eleitoral de 2026. Com uma aliança que se assemelha à de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, Topázio teve de enfrentar percalços para ter o apoio do PL de Jair Bolsonaro, o que ajudou a impulsionar sua campanha.
O Estadão divulgou, em fevereiro, um áudio em que o ex-presidente dizia: "Deixo claro: PSD do (Gilberto) Kassab eu não apoio ninguém, tá ok?". As rusgas entre bolsonaristas e o PSD voltaram ao centro do debate político em setembro, com a resistência do partido de Kassab em apoiar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mesmo assim, a aliança em Florianópolis é mais um dos tantos exemplos, Brasil afora, do pragmatismo da direita e do bolsonarismo em prol de aumentar sua influência no País.
Para ter o apoio do partido de Bolsonaro, Topázio deu a vice em sua chapa a Maryanne Mattos, vereadora de Florianópolis pelo PL que teve apoio do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, e da ex-primeira-dama Michelle.
O aval dado por Michelle também demonstra sua influência no tabuleiro político, em um sinal de que a primeira-dama pode deixar os bastidores em 2026 e lançar voos próprios. Ela é cotada para concorrer ao Senado, pelo Distrito Federal (DF), e já foi citada pelo dirigente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, até mesmo como opção para a Presidência da República.
A reeleição de Topázio acontece mesmo sem o envolvimento direto de Bolsonaro na campanha. O prefeito tem uma coligação formada por PSD, PL, MDB, Podemos, Novo e Republicanos, semelhante à que elegeu Tarcísio em 2022.