WASHINGTON (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que não acredita nos relatos de que agências de inteligência concluíram que a Rússia interveio na eleição presidencial a seu favor, de acordo com uma entrevista transmitida no "Fox News Sunday".
"Eu acho que é ridículo. Acho que é apenas outra desculpa. Não acredito", disse Trump, em uma entrevista gravada no sábado. Ele culpou os democratas por essas notícias e disse que não acredita que elas vieram da Agência Central de Inteligência (CIA).
Um oficial sênior de inteligência dos EUA disse à Reuters que agências de inteligência concluíram com "muita confiança" que seus correspondentes russos não apenas direcionaram a invasão online de organizações e líderes do Partido Democrata, mas fizeram isso para prejudicar a candidata democrata Hillary Clinton.
O presidente eleito republicano questionou se a CIA estava por trás das notícias que indicavam que Moscou o queria na Casa Branca. "Eu acho que os democratas estão colocando-as em público", disse, na entrevista.
Duas vozes republicanas de liderança em política externa no Senado dos EUA, John McCain e Lindsey Graham, juntaram-se a dois senadores democratas, neste domingo, para expressar preocupação sobre a suposta interferência da Rússia e dizer que isso não pode ser uma questão partidária.
"Durante anos, adversários estrangeiros direcionaram ataques cibernéticos às infraestruturas físicas, econômicas e militares dos EUA, enquanto roubavam nossa propriedade intelectual. Agora, nossas instituições democráticas foram alvo", disseram os senadores, incluindo os democratas Chuck Schumer e Jack Reed, em um comunicado.
"Notícias recentes sobre a interferência da Rússia em nossa eleição deveriam deixar todo americano alarmado."
Agências de inteligência norte-americanas disseram ao Congresso e ao governo do presidente Barack Obama que a Rússia está cada vez mais agressiva contra a Síria e a Ucrânia e que reforçou suas atividades no ciberespaço, inclusive interferindo, por vezes secretamente, nas eleições norte-americanas e europeias.
"Isso não pode ser uma questão partidária. Os riscos são grandes demais para nosso país", disseram os senadores no comunicado.
(Reportagem de Doina Chiacu e Howard Schneider)